"Não queremos uma dependência como a que já conhecemos com a Rússia, com os combustíveis fósseis", disse Von der Leyen durante uma entrevista organizada em Estrasburgo pela 'Redação Europeia', um projeto que reúne várias agências de imprensa do continente, incluindo a AFP.
"Por exemplo, não queremos depender de matérias-primas críticas. Portanto, estamos diversificando e fortalecendo nossas cadeias de abastecimento com parceiros que pensam da mesma forma", acrescentou a presidente do braço executivo da UE.
Von der Leyen comentou que "é importante trabalharmos juntos para combater as alterações climáticas, por exemplo".
Em um cenário em que os Estados Unidos desejam que a UE adote uma postura mais dura com a China, von der Leyen enfatizou aos jornalistas europeus que o bloco europeu deseja "regras de jogo justas" com o gigante asiático.
Isso envolve "acesso justo de nossas empresas ao mercado chinês, transparência nos subsídios e um compromisso muito claro de respeito à propriedade intelectual", explicou.
Von der Leyen fez uma visita aos Estados Unidos na semana passada, durante a qual reuniu-se com o presidente americano, Joe Biden.
Nesse encontro, os dois concordaram em evitar a concorrência prejudicial na transição energética, com base em um acordo sobre determinados metais e um diálogo aprofundado sobre subsídios dos dois lados do Atlântico.
Os Estados membros da UE divergem sobre como abordar as divergências com a China, com alguns países já alertando sobre os riscos de o bloco ser arrastado para um embate liderado pelos Estados Unidos com Pequim.
Por esta razão, funcionários em Bruxelas expressaram reservadamente sua preocupação de que Von der Leyen possa ter assinado uma declaração sobre um assunto tão delicado sem consultar as capitais europeias.
Mas a própria Von der Leyen enfatizou que a Europa está simplesmente tentando minimizar sua dependência econômica da China, em vez de tomar partido em uma disputa.
Para a UE, "é importante reduzir o risco, mas não se desvincular da China", concluiu a alemã.