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Estado de Minas QUITO

Equador chama embaixador na Argentina para consultas após fuga de ex-ministra condenada


14/03/2023 22:26

O Equador chamou para consultas, nesta terça-feira (14), o seu embaixador na Argentina devido a "inconsistências" nas explicações sobre como uma ex-ministra condenada por corrupção, que passou mais de dois anos refugiada na residência diplomática argentina em Quito, conseguiu fugir para a Venezuela.

O Ministério das Relações Exteriores equatoriano decidiu "chamar para consultas nosso embaixador na Argentina" e declarar 'persona non grata' o embaixador argentino em Quito, após a fuga de María de los Ángeles Duarte, foragida da Justiça equatoriana, disse o ministro responsável pela pasta, Juan Carlos Holguín.

A chancelaria da Argentina, por sua vez, manifestou seu descontentamento com a decisão do Equador.

"O governo argentino recebeu com surpresa e profunda tristeza a decisão do governo do Equador de escalar a divergência existente com respeito à situação de María de los Ángeles Duarte e levar isso ao nível de prejuízo na relação bilateral", diz a nota do MRE argentino.

Duarte foi condenada por corrupção no Equador e fugiu para a Venezuela depois de conseguir sair da embaixada argentina em Quito, onde havia permanecido por mais de dois anos com seu filho menor de idade, informou o governo argentino nesta terça.

"Não existe nenhuma norma internacional que obrigue as autoridades diplomáticas argentinas a exercer custódia sobre Duarte. O profundo apreço ao povo do Equador não vai mudar por esta situação conjuntural", disse o ministério argentino.

A nota acrescenta que o governo argentino lamenta "a incompreensível decisão do governo equatoriano de solicitar a saída do Equador" de seu embaixador e, por isso, decidiu adotar "a mesma situação com relação ao embaixador equatoriano na Argentina".

A ex-ministra equatoriana foi condenada ao lado do ex-presidente Rafael Correa - que vive na Bélgica - e outros ex-funcionários do governo pela acusação de integrar uma estrutura criminosa que pediu subornos de quase 7,6 milhões de dólares de empresas em troca de contratos com o Estado, segundo o Ministério Público.

Em dezembro de 2022, o Equador negou um salvo-conduto para que a ex-ministra, que foi titular da pasta de Transportes e Obras Públicas, deixasse o país e viajasse para a Argentina, que havia concedido asilo.

Hoje, e já em território venezuelano, Duarte disse que não tinha nenhuma intenção de viajar à Argentina, segundo a nota ministerial de Buenos Aires.


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