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Estado de Minas BLANTYRE

Malawi pede ajuda internacional diante da tragédia causada pelo ciclone Freddy


15/03/2023 14:29

O presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, pediu, nesta quarta-feira (15), ajuda internacional para fazer frente à devastação causada pelo ciclone Freddy, "uma tragédia" que custou a vida de, ao menos, 225 pessoas no pobre país do Sul da África.

Chakwera viajou para Blantyre, capital econômica do sul e epicentro da catástrofe, onde assistiu a uma cerimônia pelas vítimas do desastre.

"Isso é uma tragédia nacional. Faço um pedido aos sócios e doadores internacionais para que prestem mais ajuda diante da destruição e dos danos causados pelo ciclone tropical Freddy", insistiu.

Dezenas de enlutados participaram de uma manifestação em uma escola do município de Chilobwe, próximo à Blantyre.

Freddy também atingiu duas vezes o vizinho Moçambique, onde foi registrado um balanço provisório de 21 mortos.

O excepcionalmente longevo ciclone já havia atingido o sul da África no final de fevereiro, matando 17 pessoas, antes de retornar no início de março.

Com ventos menos potentes, porém com chuvas torrenciais, o ciclone provocou fortes inundações e deslizamentos de terra mortais no Malawi, onde foi declarado estado de catástrofe.

O governo deslocou a polícia e o exército, enquanto dezenas de pessoas seguem desaparecidas.

O presidente Chakwera prometeu "intensificar" as buscas.

Mais de 88.300 pessoas ficaram sem casas. Escolas e igrejas se converteram em refúgios de emergência. Foram abertos 165 centros de acolhida.

Uma dezena de instalações sanitárias se viram afetadas pela destruição. Com as pontes derrubadas e o nível da água ainda alto em alguns lugares, as operações de resgate se tornam difíceis.

Sobreviventes foram encontrados em árvores e telhados.

Em sua audiência semanal na Praça São Pedro, nesta quarta, o papa Francisco orou pelas vítimas do ciclone.

"Rezo pelos falecidos, feridos e desalojados. Que o senhor sustente as famílias e comunidades mais afetadas por esta calamidade", disse.

Hoje, mercados e lojas reabriram cedo em Chilobwe.

Daud Chitumba, um motorista de micro-ônibus de 27 anos, disse que tinha que trabalhar para alimentar sua família. "Tenho duas filhas pequenas e obrigações. Temos que reconstruir nossas vidas", explicou.

Nos últimos dias, ocorreram chuvas torrenciais que provocaram inundações e deslizamentos de terra mortais. Nesta quarta, pela manhã, as precipitações pararam.

Dois dias atrás, moradores de Chilobwe, famílias e socorristas escavavam no barro, às vezes, com as mãos, em busca de um ente querido ou, ao menos, de seus cadáveres.

"Há mortos por toda parte (...) todo o mundo perdeu alguém", lamentou Fadila Njolomole, de 19 anos.


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