"Em relação a ontem, o balanço de mortos por este desastre subiu de 225 para 326", disse o presidente Lazarus Chakwera, em uma região devastada no sul do país, perto da cidade de Blantyre.
"O número de pessoas deslocadas mais que dobrou, para 183.159, assim como o número de famílias desabrigadas, que agora está em 40.702", acrescentou.
Chakwera insistiu em seu pedido de ajuda internacional, enquanto as equipes de resgate tentavam encontrar sobreviventes ilhados entre as inundações ou presos sob os deslizamentos de terra causados pelas chuvas torrenciais desta semana.
As autoridades habilitaram mais de 300 abrigos de emergência para os atingidos e mobilizaram o Exército e a polícia para gerir a crise. Também decretaram duas semanas de luto nacional e o estado de emergência.
"O ciclone destruiu propriedades, casas, plantações e infraestrutura, inclusive pontes que deixaram isoladas comunidades que precisam de ajuda desesperadamente", disse o presidente.
O ciclone atingiu primeiro o sul da África no fim de fevereiro, afetando principalmente Madagascar e Moçambique, e com danos limitados no Malawi, que fica no interior do continente.
A tempestade retornou ao Oceano Índico, onde ganhou força e fez uma mudança incomum de trajetória, voltando a atingir o território continental com ainda mais intensidade.
Em Moçambique, o ciclone deixou pelo menos 73 mortos e dezenas de milhares de deslocados nas últimas semanas. Além disso, outras 17 pessoas morreram em Madagascar.
As chuvas diminuíram desde ontem, mas o ciclone Freddy está perto de se tornar uma das tempestades tropicais mais longas do mundo.
Meteorologistas afirmam que esta duração excepcional e outras características estão vinculadas às mudanças climáticas.
Roxy Mathew Koll, especialista climático do Instituto de Meteorologia Tropical da Índia, disse que o aquecimento dos oceanos "é um aspecto-chave que contribui para a intensificação rápida dos ciclones". "O ciclone Freddy experimentou até sete intensificações rápidas em seu percurso", disse.
BLANTYRE