"Decidimos iniciar em nosso Parlamento o processo de adesão da Finlândia à Otan", informou Erdogan após receber em Ancara o presidente finlandês, Sauli Niinistö.
Dos 30 membros da Aliança transatlântica, 28 já aprovaram o pedido de integração do país nórdico. Apenas faltam Turquia e Hungria, que indicou nesta sexta que submeterá a questão ao voto do legislativo no próximo 27 de março.
A Otan aceitou em junho as candidaturas da Finlândia e da Suécia, que, desta forma, colocaram fum a décadas de não alinhamento militar, como consequência da invasão russa da Ucrânia.
Turquia havia subordinado sua aprovação em troca que os candidatos dessem garantias de que deixariam de oferecer proteção a militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a quem acusa de "terroristas".
Erdogan segue bloqueando, no entanto, a adesão da Suécia, mas reconheceu que a Finlândia adotou "medidas concretas" nos últimos meses para satisfazer suas exigências.
"Espero que (a ratificação) ocorra antes das eleições", afirmou Erdogan em uma coletiva de imprensa com seu homólogo francês.
As eleições presidenciais e legislativas turcas estão previstas para o 14 de maio, mas o Parlamento turco deveria interromper seus trabalhos um mês antes das eleições.
- Erdogan dá às costas para a Suécia -
"Esperamos que o Parlamento (turco) tenha tempo" para concluir os debates nesse período, declarou o presidente finlandês, que qualificou o processo como "muito importante para a Finlândia".
O país, submetido a uma neutralidade forçada por Moscou após seu enfrentamento com a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, compartilha 1.340 quilômetros de fronteira com a Rússia.
No entanto, Niinistö considerou que "a candidatura da Finlândia não será completa sem a da Suécia".
O secrtário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, elogiu o anúncio de Erdogan e considerou que "o mais importante é que a Finlândia e Suécia se convertam rapidamente em membros completos da Otan", mesmo que "não entrem exatamente ao mesmo tempo".
Os Estados Unidos acolheram igualmente com satisfação a iniciativa de Erdogan em relação à Finlândia, porém também esperam que a Turquia ratifique "rapidamente" a incorporação da Suécia, disse o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
Erdogan, no entanto, jogou um balde de água fria nessa expectativa. "Não houve nenhuma medida positiva tomada pela Suécia em relação à lista de terroristas", disse o presidente, referindo-se a mais de 120 extradições solicitadas oficialmente pela Turquia.
O ministro sueco das Relações Exteriores, Tobias Billström, lamentou que seu país siga esperando a autorização da Turquia. Contudo, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, ainda tem a esperança de que seu país possa ingressar na Aliança antes da próxima reunião da Otan, prevista para julho em Lituânia.