Jornal Estado de Minas

SANTO DOMINGO

Membros da Cúpula Ibero-americana pedem ação da ONU para pacificar o Haiti

República Dominicana e Costa Rica pediram, neste sábado (25), durante a Cúpula Ibero-americana, que a comunidade internacional aja para "pacificar" o Haiti, país sacudido por uma violência fora de controle desde o assassinato do presidente Jovenel Moise, em 2021.



"A única forma de agir com o Haiti é pacificar o Haiti. Se você quer ajudar o Haiti, é preciso pacificar o Haiti (...), a comunidade internacional não pode permitir que esta situação no Haiti continue, são os pobres haitianos que estão sofrendo", disse o presidente dominicano, Luis Abinader, durante o evento, em Santo Domingo.

Abinader falou sobre o tema depois que seu contraparte costa-riquenho, Rodrigo Chaves, pediu em seu discurso no plenário que a ONU "dê uma resposta imediata" para a crise.

"Esta conferência deve fazer um chamado forte e vigoroso às Nações Unidas para que se dê uma resposta imediata às solicitações do Haiti para que este país volte a ter controle, para controlar a violência que existe em um Estado falido", disse Chaves, ressaltando que 70% do território de Porto Príncipe, a capital haitiana, "são controlados por grupos criminosos".

O Haiti, o país mais pobre do continente americano, está mergulhado há anos em uma crise humanitária, econômica e política desde o assassinato de Moise, acentuada pelo auge da violência praticada por gangues.

Mais de 500 pessoas foram assassinadas por estas quadrilhas só no primeiro trimestre deste ano, segundo as Nações Unidas, que pediram em março a mobilização de uma força de apoio especializada.

Em outubro de 2022, o Haiti pediu ajuda internacional para enfrentar esta crise.

Chaves considerou que o país deve ser pacificado antes de considerar a convocação de eleições: "é preciso apagar o incêndio antes de nos perguntarmos se vamos reconstruir esta casa".

"Senhor Luis Abinader, o mundo está voltando a olhar para o outro lado e enquanto costa-riquenho, não me parece justo dizer à República Dominicana que envie forças armadas, embora as tenha, a um país vizinho. Esta é uma responsabilidade mundial e não estamos atendendo a esta responsabilidade", acrescentou Chaves.