"Ao espaço ao líder da AQMI, a France 24 não apenas atua como uma agência de comunicação dos terroristas, mas também oferece um espaço para legitimar as ações terroristas e discurso de ódio", afirmou o porta-voz da junta de governo, Jean-Emmanuel Ouedraogo, em um comunicado.
"Portanto, o governo decidiu (...) suspender 'sine die' a exibição dos programas da France 24 no território nacional", acrescentou o porta-voz.
No dia 6 de março, o canal France 24 divulgou as respostas enviadas pelo líder da AQMI, Abu Obeida Yusef al Anabi, a 15 perguntas enviadas por um jornalista.
"O governo lamenta que o líder de uma organização terrorista como a AQMI, reconhecida como tal pela comunidade internacional, possa se beneficiar da generosidade editorial da France 24 para falar de maneira prolongada no canal", afirmou o porta-voz.
A France 24 criticou a decisão e contestou "as acusações sem fundamentos que questionam o profissionalismo da rede".
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) afirmou que "a crise de segurança que o país enfrenta não pode ser um pretexto para amordaçar a imprensa".
No início de dezembro, a junta do país do oeste da África tirou do ar a 'Radio France Internationale' (RFI), que pertence ao mesmo conglomerado que a France 24, depois de acusar a emissora de transmitir um "mensagem intimidatória" atribuída a um "líder terrorista".
Burkina Faso sofreu dois golpes de Estado no ano passado, liderados por oficiais descontentes com o fracasso no combate da ameaça de grupos extremistas.