A mulher entrou nas instalações da escola cristã particular "The Covenant School" pela manhã e efetuou uma série de disparos enquanto caminhava pelo colégio, explicou o porta-voz da polícia local, Don Aaron, em coletiva de imprensa.
As forças de segurança agiram depois de ouvirem tiros no andar de cima. Eles "imediatamente" subiram e "mataram" a agressora, disse ele.
"Três alunos e três adultos morreram", afirmou Aaron, acrescentando que não há mais vítimas na escola, que tem cerca de 200 alunos e 40 funcionários.
A polícia vasculhou a casa da suspeita e encontrou evidências de um ataque direcionado, disse o chefe da polícia, John Drake, a repórteres.
"Temos um manifesto, temos alguns escritos que estamos revisando que pertencem a este dia (...) temos um mapa desenhado de como tudo isso iria acontecer", detalhou.
- "Dilacerando a alma" -
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou as forças de segurança pela agilidade com que reagiram ao crime, que classificou como "repugnante".
A violência armada "está dilacerando nossas comunidades, dilacerando a alma desta nação", comentou Biden na Casa Branca, pedindo novamente ao Congresso que proíba os fuzis semi-automáticos.
O democrata há muito pede que o Congresso proíba, ou pelo menos restrinja, a posse dessas armas destinadas a causar o maior número de vítimas, mas os republicanos se opõem a isso.
"Quantas crianças mais terão que ser mortas antes que os republicanos no Congresso se levantem e ajam para aprovar o banimento de armas semi-automáticas?", perguntou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean Pierre. "Já chega", acrescentou.
Os congressistas republicanos do estado do Tennessee, cuja capital é Nashville, também expressaram indignação nas redes sociais, mas sem mencionar o tema das armas de fogo.
"Estou devastado", tuitou o senador republicano Bill Hagerty. Sua colega Marsha Blackburn convocou as pessoas a "rezarem" pelas vítimas.
- 4.368 mortes -
Ataques a tiros mortais são comuns nos Estados Unidos, onde existem cerca de 400 milhões de armas de fogo em circulação que causaram mais de 45 mil mortes em 2020 por suicídio, acidente ou homicídio, segundo os últimos números publicados pelos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC).
Nesse ano, pela primeira vez, as armas tornaram-se a principal causa de morte entre menores entre 1 e 19 anos, com 4.368 mortos, à frente dos acidentes de trânsito e das overdoses, segundo a mesma fonte.
Os massacres em escolas constituem uma pequena parte do total, mas comovem a sociedade.
Em 2012, um homem matou 20 crianças de 6 e 7 anos, e dez anos depois, em 2022, um garoto de 18 anos matou 19 estudantes e dois professores.
Um massacre ocorrido em 2018 em uma escola de ensino médio na Flórida desencadeou um movimento nacional liderado por jovens para exigir uma supervisão mais rigorosa das armas de fogo nos Estados Unidos.
Apesar da mobilização de mais de um milhão de manifestantes, o Congresso dos Estados Unidos não adotou uma lei mais dura porque muitos congressistas estão sob a influência da Associação Nacional do Rifle (NRA), um grupo pró-armas.
Em um país onde milhões de americanos consideram que portar uma arma é um direito constitucional, os avanços legislativos recentes seguem sendo marginais, como a generalização de verificações de antecedentes criminais e psiquiátricos para poder comprar uma arma.