Jornal Estado de Minas

BRUXELAS

Países da UE validam fim dos motores a combustíveis fósseis até 2035

Os ministros da Energia da União Europeia (UE) deram sua aprovação final, nesta terça-feira (28), à proibição da venda de carros movidos a combustíveis fósseis a partir de 2035, depois que a Alemanha suspendeu um bloqueio duramente questionado.



A votação foi uma formalidade, depois que os representantes permanentes dos países em Bruxelas apoiaram o histórico acordo na segunda-feira.

Dos 27 países-membros do bloco, apenas a Polônia votou contra, enquanto Bulgária, Itália e Romênia se abstiveram.

A proibição de motores de combustão interna é um pilar fundamental na ambiciosa meta do bloco de atingir a neutralidade climática até 2050, com zero emissão líquida de gases de efeito estufa.

O acordo sobre os motores deveria ter sido aprovado no início de março, mas, para frustração generalizada, a Alemanha surpreendeu, ao anunciar um veto e exigir uma isenção para os combustíveis sintéticos.

A mudança de posição da Alemanha gerou grande mal-estar nas capitais europeias, já que o acordo havia sido arduamente negociado e até aprovado no Parlamento Europeu.

Os combustíveis sintéticos, para os quais Berlim buscou regras excepcionais, ainda estão em desenvolvimento e devem ser produzidos com eletricidade baixa em carbono. Ativistas ambientais se opõem a esses combustíveis.

Representantes da poderosa indústria automobilística da Alemanha alegam, no entanto, que esses combustíveis sintéticos poderiam permitir que carros com motores de combustão interna fossem comercializados depois de 2035.

Ante esse novo acordo, o ministro alemão dos Transportes, Volker Wissin, celebrou na segunda-feira que "os veículos com motores de combustão poderão ser matriculados a partir de 2035 apenas se utilizarem combustíveis que sejam neutros em suas emissões de CO2".