"A noite passada também transcorreu tranquilamente", declarou uma fonte da Santa Sé.
Na quinta-feira à noite, a equipe médica se mostrou tranquilizadora ao comentar o estado de saúde do pontífice argentino de 86 anos.
O tratamento antibiótico "produziu os efeitos esperados" e o líder da Igreja Católica pode receber alta nos "próximos dias", afirmou o boletim médico.
O Vaticano já havia anunciado que Jorge Bergoglio estava melhorando e havia retornado ao trabalho.
A participação de Francisco nos eventos da Semana Santa, no entanto, ainda é incerta, a começar pela missa do Domingo de Ramos, no dia 2 de abril, que marca o início das celebrações da Páscoa.
O papa, que tem problemas crônicos de saúde e utiliza uma cadeira de rodas devido às dores em um joelho, está hospitalizado no quarto particular reservado aos pontífices no 10º andar do hospital universitário Gemelli, onde João Paulo II foi internado diversas vezes durante seu papado.
Francisco foi submetido na quarta-feira a exames médicos, depois de enfrentar "dificuldades respiratórias" nos dias anteriores". Os exames mostraram uma infecção respiratória, que forçou a internação, informou um porta-voz da Santa Sé.
No Twitter, o pontífice afirmou na quinta-feira que estava "comovido com as muitas mensagens recebidas" e agradeceu pela "proximidade e oração".
Entre as mensagens enviadas nas últimas horas está a do presidente americano Joe Biden, que é católico, e de sua esposa Jill.
"Jill e eu mantemos o papa Francisco em nossas orações e enviamos nossos melhores votos para sua rápida e completa recuperação", escreveu Biden no Twitter. "O mundo precisa do papa Francisco", acrescentou.
- Medo -
"Espero que se recupere muito rápido e possa celebrar a Páscoa aqui, na praça de São Pedro", declarou à AFP Tina Montalbano, guia turística italiana de 60 anos.
"O medo sempre existe, mas parece que está tudo bem no momento", acrescentou.
A hospitalização pegou a opinião pública de surpresa porque na quarta-feira o pontífice participou de maneira normal na tradicional audiência geral na praça de São Pedro, durante a qual permaneceu sorridente e acenou para os fiéis do "papamóvel".
O pontífice argentino permaneceu internado por vários dias no hospital Gemelli, em julho 2021 para uma cirurgia no cólon. Francisco afirmou que a operação deixou "sequelas" devido à anestesia, e, por isso, ele descartou se submeter a uma nova intervenção no joelho.
Os problemas médicos o obrigaram a cancelar várias audiências em 2022 e a adiar uma viagem à África, o que levantou questionamentos sobre uma possível renúncia.
O líder da Igreja Católica sempre deixou em aberto a possibilidade de seguir o exemplo do antecessor, Bento XVI, que renunciou ao cargo em 2013.
Mas suas mensagens sobre o tema são ambivalentes.
Em julho de 2022, ele disse que poderia "afastar-se", mas em fevereiro afirmou que a renúncia de um papa "não deveria se tornar uma moda" e que a ideia "não estava em sua agenda no momento".
O pontífice é atendido com frequência por uma equipe de médicos e enfermeiros, no Vaticano ou durante suas viagens. A medida é necessária devido a sua idade e ao seu histórico médico. Aos 21 anos, Francisco esteve à beira da morte por uma pleurisia e sofreu uma retirada parcial de um dos pulmões.
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