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Estado de Minas BUCHA

Zelensky promete derrotar o 'mal russo' no aniversário da libertação de Bucha


31/03/2023 12:24

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, prometeu nesta sexta-feira (31) derrotar o "mal russo" no primeiro aniversário da libertação de Bucha, uma cidade que se tornou um símbolo das "atrocidades" atribuídas às tropas invasoras.

Em Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto validando uma nova doutrina de política externa, que o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse enfatizar "a natureza existencial das ameaças ocidentais" contra seu país.

Lavrov também acusou os Estados Unidos e seus aliados de travar uma "guerra híbrida" contra Moscou.

Em Genebra, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou os terríveis abusos cometidos desde o início da invasão da Ucrânia há 13 meses e alertou que o conflito "agravou tensões e desigualdades em todas as regiões" do planeta.

"Venceremos, é certo, o mal russo cairá, precisamente aqui na Ucrânia e não poderá se levantar novamente", declarou Zelensky em Bucha junto com os primeiros-ministros da Croácia, Eslováquia, Eslovênia e o presidente da Moldávia.

O exército russo se retirou de Bucha e de toda a região ao norte de Kiev em 31 de março de 2022, pouco mais de um mês após o início da invasão. Dois dias após a retirada, o massacre foi descoberto.

Os jornalistas da AFP descobriram em Bucha no dia 2 de abril veículos carbonizados, casas destruídas e, espalhados por centenas de metros, os corpos de vinte homens com trajes civis, um deles com as mãos amarradas nas costas.

Essas cenas chocaram o mundo e levaram a Ucrânia e as potências ocidentais a denunciarem execuções sumárias de civis e crimes de guerra. O Kremlin nega qualquer envolvimento e evoca uma encenação.

Ao visitar Bucha dois dias depois, Zelensky denunciou "crimes de guerra" que serão "reconhecidos pelo mundo como genocídio".

- "Continuar vivendo" -

Um ano após a libertação da cidade, Kiev estima o número de civis mortos no distrito durante a ocupação russa em "mais de 1.400", incluindo 637 dentro da cidade.

Os trabalhos de reconstrução neste tranquilo subúrbio de Kiev, que tinha 37.000 habitantes antes da guerra, já estão em andamento, disseram jornalistas da AFP, que viram trabalhadores, escavadeiras e caminhões consertando casas e estradas.

O trauma ainda está presente, mas vários moradores contaram à AFP que a "dor está diminuindo" porque é necessário "continuar vivendo".

O arcebispo Andrii, que dirige a paróquia ortodoxa local, não se esquece os mortos, mas acredita que é importante "não viver no passado e sim no futuro".

As autoridades ucranianas acusam as forças russas de atrocidades em Bucha e outras cidades, após a descoberta de sepulturas em Izium (leste) e "salas de tortura" em algumas cidades reconquistadas.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu este mês um mandado de prisão contra Putin pela "deportação" de milhares de crianças ucranianas para a Rússia.

A Rússia nega qualquer envolvimento em crimes de guerra.

- "Incêndios nucleares" -

O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que emprestou seu território à Rússia para invadir a Ucrânia, disse estar pronto para receber as armas nucleares "estratégicas" da Rússia, além das armas "táticas" que Moscou se prepara para implantar neste país, que faz fronteira com outros países da União Europeia (UE) e da Otan.

"Por causa dos Estados Unidos e de seus satélites, uma guerra total foi desencadeada", com o risco de "uma terceira guerra mundial com incêndios nucleares à espreita no horizonte", proclamou Lukashenko.

No front, os combates continuam intensos, especialmente no leste, em torno da cidade de Bakhmut, que os russos vêm tentando conquistar há meses à custa de grandes baixas.

Kiev admitiu na quinta-feira que controla apenas um terço de Bakhmut, mas prepara uma contra-ofensiva, apostando no esgotamento das tropas russas.

- Russos de volta a Wimbledon -

Desde o início da invasão da Ucrânia, as potências ocidentais adotaram uma série de sanções que buscam isolar a Rússia em todas as áreas.

Essa política sofreu um revés nesta sexta-feira, com o anúncio de que os tenistas russos e bielorrussos poderão competir este ano, ao contrário de 2022, no torneio de Wimbledon, sob a designação de atletas "neutros" e com certas condições.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia chamou essa decisão de "imoral" e instou o Reino Unido a proibir a entrada de participantes desses dois países.


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