Os fiéis se reuniram em frente ao Mosteiro das Cavernas, que abriga uma Igreja Ortodoxa com ligação histórica com Moscou.
O líder espiritual do mosteiro, o metropolita Pavlo foi interrogado pelas autoridades ucranianas neste sábado. Ele e seus monges são alvo de uma ordem de expulsão, no âmbito do conflito entre Kiev e Moscou.
Um pequeno grupo de ativistas pró-ucranianos exibia bandeiras nacionais de cor azul e amarela na frente dos fiéis.
De acordo com os serviços de segurança ucranianos (SBU), o metropolita é suspeito de "justificar, negar a agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia e de glorificar seus participantes", assim como "violar a igualdade dos cidadãos com base em sua raça, nacionalidade, filiação regional ou religião".
O religioso foi levado a um tribunal de Kiev para uma audiência à qual compareceram jornalistas, inclusive um da AFP.
No entanto, a audiência foi adiada para segunda-feira (03) pois Pavlo não estava se sentindo bem.
"A prisão domiciliar do metropolita Pavlo sob acusações falsas é, infelizmente, uma continuação natural da anarquia criada pelo governo ucraniano", denunciou em comunicado o chefe de relações com a imprensa da Igreja Ortodoxa em Moscou, Vladimir Legoida.
Fundado no século XI e declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, o Mosteiro das Cavernas ocupa as margens do rio e abriga a sede da Igreja Ortodoxa Ucraniana - submetida ao Patriarcado de Moscou antes da invasão russa lançada em fevereiro de 2022.
Esta confissão anunciou em maio o rompimento de seus laços com a Igreja Russa, cujo patriarca russo, Kirill, apoia a invasão.
O governo de Kiev considera, entretanto, que a Igreja continua dependente de Moscou.
Apesar da ordem de expulsão emitida pelas autoridades, os monges se recusam a sair.