"Dissemos novamente à primeira-ministra que não poderia haver outra solução democrática exceto a retirada do texto, mas ela respondeu que queria mantê-lo, o que é uma decisão grave", disse Cyril Chabanier, da CFTC, em em nome dos sindicatos.
A França registra um forte conflito social desde janeiro devido à reforma do presidente liberal Emmanuel Macron para aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos em 2030 e antecipar para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos para receber uma aposentadoria completa.
Temendo uma derrota na votação no Parlamento e depois de usar uma série de procedimentos parlamentares para limitar o debate, Macron decidiu em meados de março adotar a reforma por decreto, decisão que radicalizou os protestos.
A reforma, que o governo considera fundamental para evitar um futuro déficit no fundo de pensões, está atualmente no Conselho Constitucional, que deve se pronunciar em 14 de abril sobre a validade do texto.
À espera desta decisão, o governo tenta virar a página com novos projetos, como uma nova Lei do Trabalho, que a primeira-ministra quis discutir nesta quarta-feira com os líderes sindicais.
"Não penso em avançar sem os interlocutores sociais", disse Borne à imprensa após uma reunião que considerou uma "etapa importante" na qual qual, destacou, os sindicatos expressaram a disposição para "trabalhar mais".
As centrais sindicais, no entanto, afirmaram à imprensa que não estão dispostas a abordar novas questões até que a reforma da Previdência seja retirada e, portanto, consideraram um "fracasso" que a chefe de Governo não tenha demonstrado disposição a discutir esta questão.
"Vivemos uma grave crise democrática", disse o líder do principal sindicato CFDT, Laurent Berger, referindo-se ao fato de dois em cada três franceses, segundo as pesquisas, se oporem a esta reforma.
A França terá na quinta-feira seu 11º dia de greve e manifestação contra o protesto. No início de março, as manifestações mobilizar mais de um milhão de pessoas, segundo as autoridades, e mais de três milhões, segundo os sindicatos.
PARIS