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Estado de Minas BLUMENAU

Quatro crianças são mortas em ataque a creche em Blumenau


05/04/2023 17:12

Quatro crianças foram mortas, nesta quarta-feira (5), em um ataque com uma machadinha em uma creche de Blumenau, Santa Catarina, uma tragédia que o presidente Lula chamou de "monstruosidade".

"Um indivíduo entrou na escola com uma arma branca e matou quatro crianças. Também houve quatro feridos", informou à AFP uma fonte do governo estadual.

O autor do ataque, um homem de 25 anos, "se entregou" em uma sede da Polícia Militar, onde "foi preso", informou a PM em um comunicado.

O agressor "pulou o muro armado com uma arma branca, do tipo machadinha, e desferiu golpes nas crianças", afirmou o tenente-coronel Diogo de Souza Clarindo, comandante do Batalhão de Bombeiros Militar local.

O homem matou uma menina e três meninos com idades entre 5 e 7 anos, segundo o bombeiro que falou em frente à creche particular Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau, cidade com 360 mil habitantes.

Os feridos são duas meninas de 5 anos e dois meninos de 3 e 5, informaram à AFP fontes do Hospital Santo Antônio, de Blumenau.

Os pacientes "se encontram estáveis (...) e estarão indo para a enfermaria no período da tarde e ficarão em observação por pelo menos 24 horas", informou o Hospital em um boletim divulgado à tarde.

As autoridades informaram que, no momento do ataque, havia cerca de 40 crianças na escola.

- "Ele foi no parque para matar" -

Uma professora, Simone Aparecida Camargo, relatou que trancou várias crianças em um banheiro para protegê-las do autor do crime, que assassinou os pequenos no parque, segundo o site Metrópoles.

"Vieram bater na porta, dizendo que ele entrou matando. Ele foi no parque para matar", declarou a professora.

André Nazario relatou que sua esposa, outra funcionária do estabelecimento, lhe contou que depois que e o agressor foi embora, "ela foi até o parque, viu as crianças (mortas) e tentou reanimar uma, pelo que parece, mas não conseguiu. Ela estava em estado de choque".

Vídeos do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina mostraram várias ambulâncias e viaturas estacionadas do lado de fora da creche, um prédio baixo com desenhos nas paredes.

Dezenas de pessoas se aglomeraram atrás da faixa de isolamento, enquanto a polícia pedia calma e autorizava somente a entrada dos pais, segundo outras imagens divulgadas pelo portal de notícias G1.

"Vou lutar com todas as minhas forças para continuar no caminho do Senhor e agradeço a Deus por todos os momentos que vivi com meu filho", disse Bruno Bridi, pai do pequeno Bernardo, de 5 anos, morto no ataque.

"Hoje ele chegou na creche imitando um coelhinho, ele e o amiguinho dele. É isso, [vou] fazer valer todos os momentos dele", recordou Bridi, aos prantos.

O presidente Lula condenou "a monstruosidade" do ataque: "uma tragédia como essa é inaceitável, um comportamento, um ato absurdo de ódio e covardia como esse", escreveu no Twitter.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, destacou em um tuíte que se reunirá com o presidente Lula para discutir medidas de apoio a estados, escolas e comunidades.

"Estamos desolados com a tragédia", informou a escola em suas redes sociais. "Iremos trabalhar incessantemente com as autoridades com a finalidade de apurar os fatos, a motivação e exigir as mais duras punições legais aos envolvidos", acrescentou.

A Prefeitura de Blumenau suspendeu as aulas nas escolas da cidade e as comemorações de Páscoa.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), decretou três dias de luto oficial.

- Tragédias repetidas -

Os ataques a escolas aumentaram nos últimos anos no Brasil. O mais recente aconteceu em 27 de março, quando um adolescente de 13 anos matou a facadas uma professora de uma escola em São Paulo. Outras docentes conseguiram desarmá-lo e evitar mais mortes.

O ocorrido gerou um debate sobre a segurança em centros de ensino, embora ainda não se tenham definido medidas concretas no estado.

Em novembro do ano passado, um adolescente de 16 anos matou quatro pessoas a tiros e feriu mais de uma dezena em dois ataques a escolas na cidade de Aracruz, no Espírito Santo.

Em 2019, dois ex-alunos mataram oito pessoas a tiros em uma escola de ensino médio em Suzano, na periferia de São Paulo, e depois se suicidaram.

O ataque mais mortal já registrado no Brasil ocorreu em 2011. Na tragédia, 12 crianças foram mortas, quando um homem abriu fogo em sua antiga escola em Realengo, zona norte do Rio de Janeiro, antes de tirar a própria vida.


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