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Estado de Minas CARACAS

Ex-gerente petroleiro denuncia ter sido torturado durante prisão na Venezuela


05/04/2023 19:37

O ex-gerente da petroleira estatal PDVSA Alfredo Chirinos denunciou em uma entrevista, nesta quarta-feira (5), ter sido torturado enquanto esteve preso. Libertado na semana passada, Chirinos foi condenado em 2021 a cinco anos de prisão por divulgar informação "confidencial" da empresa, acusado de ser um "espião" dos Estados Unidos.

Chirinos, preso em fevereiro de 2020 e condenado em fevereiro de 2021 juntamente com o também gerente Aryenis Torrealba, disse que foi torturado por agentes da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM), após denunciar "corrupção" na companhia Petróleos de Venezuela (PDVSA), em uma entrevista ao jornalista Vladimir Villegas, divulgada nas redes sociais.

As declarações ocorrem em meio às operações especiais contra a corrupção que levaram 51 pessoas para a cadeia nos últimos dias, 34 delas vinculadas a tramas de corrupção na PDVSA, segundo um balanço anunciado, nesta quarta-feira, pelo procurador-geral, Tarek William Saab, em coletiva de imprensa.

"Há pessoas que julgam: como é que os trabalhadores da PDVSA não denunciaram a corrupção? Como vão denunciar se dois que denunciaram em 2020 acabaram presos e torturados nas celas da DGCIM?", explicou Chirinos na entrevista.

"Queimaram o meu rosto. Chutaram as minhas costelas", acrescentou.

Grupos de ativistas vinculados ao chavismo também defenderam a "inocência" de ambos.

Após a denúncia, no entanto, o procurador Saab confirmou, nesta quarta, em um comunicado, que Chirinos e Torrealba foram condenados por "divulgar informação confidencial da indústria petroleira da Venezuela" e atuar "como agentes a serviço de uma potência estrangeira".

Saab disse que a libertação se deu após o "cumprimento da pena".

"É falso que conseguiram a liberdade por serem inocentes", acrescentou. "No Ministério Público não há nenhum documento apresentado por Alfredo Chirinos e Aryenis Torrealba por crimes de corrupção supostamente denunciados por eles".

O governo venezuelano afirmou na época que a informação divulgada pelos ex-gerentes foi usada por Washington ao impor seu pacote de sanções financeiras contra a Venezuela e a PDVSA para tentar forçar, sem sucesso, a saída do presidente chavista Nicolás Maduro.


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