"É um tema que Sua Majestade leva muito a sério", declarou um porta-voz do Palácio de Buckingham, reagindo à publicação, no jornal The Guardian, de um documento que mostra uma troca financeira entre um "comerciante de escravos" e o rei William III, que governou entre 1689 e 1702.
O órgão Historic Royal Palaces, que administra alguns dos castelos reais, "é parceiro neste projeto de investigação independente", liderado por um historiador da Universidade de Manchester.
E "a casa real apoia esta investigação, mediante o acesso à coleção real e aos arquivos reais", observou o Palácio.
Nos últimos anos, aumentaram as críticas no Reino Unido, mas também em suas ex-colônias, sobre o passado imperialista, escravista e colonialista do país e sobre o envolvimento da monarquia nesse processo.
No ano passado, uma viagem pelo Caribe do príncipe William e de sua esposa, Catherine, transformou-se em um fiasco, e o filho mais velho de Charles III teve de se desculpar pelo passado escravocrata do Reino Unido.
A família real britânica também enfrenta acusações de racismo, que ganharam ressonância com as críticas do príncipe Harry e de mulher, Meghan.
Desde que assumiu o trono, porém, Charles III, que será coroado dentro de um mês, tem feito mudanças na forma como a família real aborda publicamente esta parte da história do país.
Em novembro, afirmou que o papel do Reino Unido no tráfico de escravos não deve ser escondido.
No ano passado, em uma cúpula de líderes da Commonwealth, declarou que "devemos reconhecer os erros que moldaram nosso passado" e disse que continua "aprofundando (sua) própria compreensão do impacto duradouro da escravidão".
"Este processo continua com vigor e determinação desde a ascensão de Sua Majestade ao trono", frisou o Palácio.
LONDRES