"As negociações só podem acontecer se os interesses russos forem levados em consideração", declarou Lavrov, antes de destacar que estes serão "os princípios sobre os quais uma nova ordem mundial será fundada".
A Rússia justificou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022 alegando que tanto a Otan quanto os Estados Unidos usavam Kiev em sua estratégia contra Moscou.
Antes de iniciar a ofensiva, Moscou havia solicitado garantias de segurança, incluindo um recuo da aliança militar no leste da Europa.
O Kremlin considera que o Ocidente trava uma guerra contra a Rússia por meio de terceiros na Ucrânia com a entrega de ajuda militar.
A presidência russa insistiu recentemente que não vê possibilidade de negociação e que não tem outra solução exceto prosseguir com a "operação militar especial", expressão utilizada pelas autoridades russas para descrever a ofensiva.
O Kremlin descartou, desta maneira, uma possível mediação da China e um apelo de trégua do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, grande aliado de Moscou.
Lavrov desembarcou na capital da Turquia para abordar a prorrogação do acordo de cereais, que permite à Ucrânia exportar sua grande produção de grãos. O Kremlin ameaçou acabar com o pacto.
O acordo, negociado em julho com a mediação da Turquia e da ONU, é crucial para a segurança alimentar mundial.
O governo russo considera que a parte do acordo que deve permitir a exportação de seus alimentos e fertilizantes não é respeitada.
"Se não acontecer nenhum avanço na retirada dos obstáculos às exportações de fertilizantes e cereais russos, então perguntaremos se este acordo é necessário", declarou Lavrov.
ANCARA