De acordo com esta declaração, França e China "se opõem aos ataques armados contra as centrais nucleares e a outras instalações nucleares pacíficas" e apoiam a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) "para que garanta a segurança da planta de Zaporizhzhia".
Fontes da delegação francesa relataram que o presidente Xi disse que ligaria para seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, pela primeira vez desde o início da guerra. A declaração final não faz, contudo, menção a essa possibilidade.
A declaração conjunta, que não menciona a Rússia, nem sua ofensiva contra a Ucrânia, foi publicada no último dia da visita oficial de três dias do presidente francês ao país.
Em fevereiro, a China já havia publicado um documento de 12 pontos com sua proposta para resolver a guerra na Ucrânia diplomaticamente.
Antes do jantar com Xi, que encerra a visita de Macron, o presidente francês denunciou a guerra da Rússia contra a Ucrânia, em discurso durante um encontro com estudantes na cidade chinesa de Guangzhou.
A viagem de Macron, que também levou-o à capital do país, Pequim, teve como objetivo revigorar as relações bilaterais depois da pandemia da covid-19.
O presidente francês colocou o conflito na Ucrânia no centro da agenda e, na quinta-feira (6), disse a Xi Jinping que conta com ele "para trazer a Rússia à razão".
Macron chegou durante a tarde a Guangzhou, a terceira maior cidade do país, com 15 milhões de habitantes, e visitou a Universidade de Sun Yat-sen. Lá, era aguardado por uma multidão.
No ginásio do campus, o presidente francês denunciou a guerra russa que "coloniza" a Ucrânia, em um discurso para mil alunos.
"É um país que decidiu colonizar o vizinho, não respeitar as regras, mobilizar exércitos e invadir", afirmou.
Depois do encontro, Macron se reuniu com Xi na ilha de Shamian, centro da cidade. Os dois participaram de uma cerimônia de chá e depois jantaram em privado.
Antes de retornar para Paris, ainda nesta sexta-feira, Macron se reunirá com dois grandes investidores chineses: Tang Jiexiong, presidente do grupo Wencan, e Jiang Long, CEO da XTC New Energy Materials.
A empresa aeronáutica europeia Airbus assinou, nesta sexta, um importante contrato pela venda de 50 helicópteros de seu novo modelo H160 para o grupo chinês GDAT.
GUANGZHOU