"Em um momento de retomada de suas principais alianças internacionais, o Brasil voltará a fazer parte da União de Nações Sul-Americanas (Unasul)", anunciou o Planalto, em um comunicado à imprensa.
O decreto publicado na quinta-feira pelo presidente Lula em edição extra do Diário Oficial informa que o Brasil retornará ao grupo no prazo de 30 dias, no próximo 6 de maio.
Fundada em 2008 durante o segundo mandato de Lula como presidente, com 12 membros e uma população total de quase 400 milhões de habitantes, a Unasul ficou paralisada, ao não poder eleger, desde 2017, um novo secretário-geral para suceder ao colombiano Ernesto Samper.
O objetivo da Unasul é "fomentar a integração entre os países sul-americanos", integrando o Mercosul e a Comunidade Andina, "para além da esfera econômica", alcançando uma integração "social, cultural, científico-tecnológica e política", acrescentou o governo na nota.
O reingresso do Brasil se soma ao da Argentina, que oficializou sua volta na quarta-feira (5), indicando com isso um possível novo impulso do grupo.
A guinada conservadora na região após a criação do bloco e as diferentes visões sobre a crise venezuelana enfraqueceram a Unasul nos últimos anos, com as saídas de Colômbia, Chile, Paraguai, Uruguai e Equador, além de Brasil e Argentina.
No momento, integram o grupo Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela e Peru, atualmente suspenso.
"Com a medida, o Brasil ratifica o seu compromisso com a consolidação da América do Sul como zona de paz e cooperação", declarou o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em uma nota em separado.
O Itamaraty afirmou ainda que "trabalhará pela pronta retomada das iniciativas de cooperação sul-americana" em diversas áreas de "interesse compartilhado", tais como "saúde, infraestrutura, combate aos ilícitos transnacionais e defesa".