A China "mobilizou aviação militar esta manhã e atravessou a linha mediana a partir do norte, centro e sul", afirmou o ministério, em referência à linha divisória não oficial no Estreito de Taiwan entre a ilha e o continente.
O ministério informou que detectou nove navios de guerra e 26 aeronaves chinesas ao redor da ilha às 11H00 locais (0H00 de Brasília).
A China iniciou no sábado (8) três dias de exercícios militares em torno de Taiwan, que incluíram simulações de ataques aéreos e de um cerco marítimo à ilha.
Pequim considera esta ilha de governo democrático e autônomo como parte de seu território e afirma que pretende retomá-la no futuro.
A demonstração de força foi a resposta da China à reunião entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, na semana passada.
A governante taiwanesa criticou na segunda-feira os exercícios militares e afirmou que as equipes de segurança "permanecerão em suas posições para defender o país".
Ela também disse que a China utiliza as relações entre Taipé e Washington como uma "desculpa para executar exercícios militares, criando instabilidade em Taiwan e na região".
- "Completado com sucesso" -
Na entrevista coletiva diária do ministério das Relações Exteriores, a China respondeu as perguntas sobre a presença militar desta terça-feira e reiterou sua reivindicação sobre Taiwan.
"A China tomará medidas enérgicas para proteger a soberania nacional e a integridade territorial", declarou o porta-voz do ministério, Wang Wenbin.
"Taiwan é uma parte inseparável do território chinês. Não existe o chamado ministério da Defesa taiwanês", acrescentou.
Na segunda-feira, o ministério da Defesa de Taiwan detectou 12 navios de guerra e 91 aeronaves chineses ao redor da ilha.
Além disso, 54 aviões entraram na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan, na maior incursão em apenas um dia desde outubro de 2021.
Durante os exercícios, aviões de combate J15 decolaram do porta-aviões Shandong, indicou o ministério.
Após três dias de manobras, o exército da China afirmou na segunda-feira que "completou com sucesso" o exercício militar.
O objetivo era simular o "isolamento" da ilha de 23 milhões de habitantes e, sobretudo o "bloqueio aéreo", de acordo com a imprensa estatal.
O governo dos Estados Unidos, que pediu sinais de moderação à China, enviou na segunda-feira o destróier com lança-mísseis USS Milius para uma área em disputa no Mar da China Meridional.
"Esta operação de liberdade de navegação respeitou os direitos, liberdades e usos legítimos do mar", afirmou a marinha americana em um comunicado. O destróier americano navegou perto das ilhas Spratly, um arquipélago situado a 1.300 quilômetros de Taiwan e reivindicado por China, Taiwan, Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei.
A China criticou o que chamou de "invasão ilegal" do USS Milius a suas águas territoriais.
Ao mesmo tempo, Pequim advertiu que a independência de Taiwan e a paz dos dois lados do Estreito são "mutuamente excludentes". Também culpou o governo taiwanês e "forças estrangeiras" - não identificadas - pelas tensões.
"Se queremos proteger a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, devemos devemos nos opor de modo veemente a qualquer forma de separatismo taiwanês", alertou Wang Wenbin.
TAIPÉ