A viagem oficial para o principal parceiro comercial do Brasil estava inicialmente prevista para 25 a 31 de março, mas foi adiada devido ao fato de Lula, de 77 anos, ter sofrido uma pneumonia.
"Vamos consolidar nossa relação com a China. Eu vou convidar o Xi Jinping para vir ao Brasil para uma reunião bilateral. Para conhecer o Brasil, para mostrar os projetos que nós temos de interesse de investimento dos chineses", afirmou o presidente na noite de segunda, ao programa de rádio pública Voz do Brasil, sem especificar uma data para a visita.
Imagens divulgadas pela Presidência mostraram um Lula sorridente na pista de decolagem em frente a um avião com as cores do país, nesta manhã em Brasília, apertando a mão de seu vice-presidente Geraldo Alckmin, que ficará responsável pelos assuntos de política interna durante sua ausência.
Lula viaja liderando uma delegação que inclui cerca de 40 representantes políticos, incluindo nove ministros, governadores e líderes parlamentares.
Eles chegarão na quarta-feira em Xangai, onde no dia seguinte o presidente participará da posse da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016) à frente do Banco dos Brics, o grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em seu encontro com Xi na sexta-feira, em Pequim, Lula conversará especialmente sobre propostas de paz para a Ucrânia.
Os dois países, que compartilham o fato de não terem imposto sanções contra Moscou, esperam ter um papel de mediadores no conflito, desencadeado pela invasão russa em fevereiro de 2022.
Lula propõe a formação de um grupo de países para trabalhar em uma saída negociada. Ao retornar da China, esse grupo estará "criado", garantiu.
Para Lula, em seu terceiro mandato, esta é sua quarta visita oficial ao gigante asiático. O comércio entre Brasil e China registrou um recorde de US$ 150,5 bilhões (cerca de R$ 780 bilhões, aproximadamente) em 2022.
O presidente brasileiro, que visitou Argentina e Uruguai em janeiro e os Estados Unidos em fevereiro, prometeu colocar de volta o Brasil "na nova geopolítica mundial", após o isolacionismo de seu antecessor, Jair Bolsonaro.
Antes de retornar ao país, viajará no próximo sábado para os Emirados Árabes Unidos para uma visita oficial de um dia.
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