No ataque desta terça, um aluno do Colégio Estadual Dr. Marco Aurélio de Santa Tereza, município no norte do estado, jogou um pequeno explosivo na escola, esperou que seu colegas saíssem devido ao barulho e começou a atacá-los com uma faca.
Os três estudantes feridos estão fora de perigo, segundo a polícia, que não informou as idades das vítimas.
O agressor, então, perseguiu uma professora, que se trancou em uma sala de aula. Em seguida, foi contido por um funcionário da limpeza e entregue às autoridades.
"O aluno que promoveu o ataque não tem histórico de violência", informou a polícia.
Na casa do menor, que responderá por três tentativas de homicídio, policiais encontraram "materiais e anotações que davam conta que ele estava fazendo esse planejamento há algum tempo", disse o delegado Stanislao Montserrat.
Este é o segundo ataque do tipo registrado em 24 horas no país: na segunda-feira, um adolescente atacou com uma faca uma professora e dois alunos de uma escola particular em Manaus, segundo a imprensa local. As vítimas sofreram ferimentos superficiais.
Na quarta-feira passada, quatro crianças de 4 a 7 anos foram assassinadas em Blumenau, Santa Catarina, quando um homem invadiu uma creche e as atacou com uma machadinha.
Os assassinatos chocaram o país, que viu o "pânico sendo instalado no seio das escolas e das famílias", disse na segunda o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Nos últimos dias, a preocupação também contagiou as redes sociais e grupos de pais no Whatsapp, constatou a equipe de verificação de notícias da AFP.
Usuários especulam que, em 20 de abril, aniversário do atentado de Columbine, no qual um professor e 12 estudantes foram mortos nos Estados Unidos em 1999, possíveis novos atos violentos ocorram em todo o país. Em um vídeo que viralizou, uma usuária sugere que os estudantes evitem ir para a escola.
O ministro Dino também lamentou que "não identificamos ainda a proporcionalidade entre a reação das plataformas com a gravidade dessa autêntica epidemia de violência que ameaça as nossas escolas neste momento". Ele pediu um monitoramento ativo e uma maior colaboração das redes sociais para evitar novos ataques.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê, ainda, exigir das redes sociais a criação de canais rápidos para atender a pedidos das autoridades sobre conteúdos que façam apologia à violência nas escolas.
BRASÍLIA