Jornal Estado de Minas

CIDADE DO PANAMÁ

EUA busca ampliar 'vias seguras' para migração, diz secretário de Segurança

O secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, afirmou, nesta terça-feira (11), no Panamá, que seu país busca ampliar "as vias seguras, ordenadas e legais" para a migração, como alternativa às travessias clandestinas.



Mayorkas teve uma reunião de trabalho com os chanceleres do Panamá, Janaina Tewaney, e da Colômbia, Álvaro Leyva, enquanto o número de migrantes irregulares em busca do sonho americano que cruzam a inóspita selva de Darién, entre Colômbia e Panamá, bate recorde.

"Aqueles que buscam vir para os Estados Unidos devem aproveitar as vias seguras, ordenadas e legais que lhes estamos apresentando", declarou Mayorkas após a reunião, que aconteceu na Cidade do Panamá. "Os Estados Unidos aumentaram significativamente esses caminhos, assim como nossos parceiros, e buscamos seguir ampliando os mesmos, como alternativa à viagem perigosa que muitos empreendem."

Cerca de 100.000 pessoas cruzaram neste ano a selva de Darién a caminho dos Estados Unidos, seis vezes mais do que no mesmo período do ano anterior, segundo dados fornecidos à AFP pelo Sistema Nacional de Migração do Panamá.

Em 2022, quase 250.000 migrantes cruzaram aquela floresta, uma fronteira natural de 266 km de extensão e 575.000 hectares de superfície, repleta de ameaças como animais selvagens, rios caudalosos e grupos criminosos.



Um total de 52 migrantes morreram em 2022 na selva de Darién, segundo cifras oficiais, mas as autoridades panamenhas desconhecem o número real, devido à dificuldade de acesso, à falta de denúncias e ao abandono dos corpos.

Os riscos acompanham os migrantes não apenas na floresta, mas também em todo o seu trajeto. Em 15 de fevereiro, 40 migrantes morreram quando um ônibus capotou no oeste do Panamá, e outros 40 morreram em 27 de março em um incêndio num centro de detenção em Ciudad Juárez, norte do México.

A maioria dos migrantes que atravessam Darién são venezuelanos, haitianos e equatorianos, embora também haja asiáticos, principalmente da China e Índia, e africanos, principalmente de Camarões e Somália.