"Hoje, mais do que nunca, somos conscientes das dificuldades para alcançar a paz", apesar de que "a via das armas e da confrontação só conduz ao desastre", lembrou o antigo guerrilheiro conhecido como "Timochenko", último líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Em sua mensagem, ele instou "todos os atores armados ilegais a não desperdiçarem a oportunidade que representa a audaciosa aposta da paz pelo caminho do diálogo".
Ao atribuir o atraso na implementação dos acordos assinados há mais de seis anos entre o governo colombiano e as Farc à "falta de vontade política" do governo conservador de Iván Duque (2018-2022), lembrou a mudança ocorrida com o presidente esquerdista e também ex-guerrilheiro Gustavo Petro, com seu "plano de paz total".
Londoño criticou que o Estado "nunca cumpriu seus compromissos de ocupar as regiões que as antigas Farc abandonaram após a entrega das armas, facilitando assim a ocupação dos territórios por grupos delinquentes".
"Deixamos as armas e nos tornamos partido político, temos contribuído com a verdade sobre inúmeros casos, implorado perdão repetidas vezes às vítimas, contribuído para a reparação e a não repetição de maneira decidida", lembrou ele neste fórum da ONU, que a cada três meses analisa os avanços dos acordos de paz no terreno, e que contou com a presença do chanceler colombiano, Álvaro Leyva Durán.
Ciente de que sem o apoio da comunidade internacional, os acordos de paz da Colômbia "poderiam ter fracassado", Londoño assegurou no fórum por videoconferência que "um respaldo de sua parte ao governo atual [...] terá efeitos multiplicadores muito superiores ao passado recente".
O Conselho de Segurança analisou o relatório trimestral elaborado pela Missão de Verificação na Colômbia para o secretário-geral da ONU, António Guterres.
"A inescapável realidade no terreno hoje na Colômbia é que a consolidação da paz depende tanto da implementação ampla do Acordo Final quanto da capacidade das autoridades para frear as manifestações de violência" que continuam ocorrendo no país, diz o relatório.
"Sigo tendo razões para o otimismo, apesar dos imensos desafios" que esses acordos enfrentam, conclui Guterres.
"Podem ter certeza de que a missão continuará acompanhando os ex-combatentes e suas famílias e monitorando os avanços em relação às medidas anunciadas", disse, por sua vez, o chefe da Missão, Carlos Ruiz Massieu.
E Londoño lembrou: "De todas as alternativas da humanidade, a pior é a guerra."
NOVA YORK