Jornal Estado de Minas

BRASÍLIA

Moraes determina que Bolsonaro deponha à PF sobre ataques de 8 de janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira (14), que a Polícia Federal convoque o ex-presidente Jair Bolsonaro no prazo de dez dias para depor na investigação sobre os ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, em Brasília, por bolsonaristas.



"DETERMINO à Polícia Federal que PROCEDA A OITIVA DE JAIR MESSIAS BOLSONARO, no prazo máximo de 10 (dez) dias", escreveu o ministro em sua decisão.

A PF não informou até o momento quando Bolsonaro será convocado.

O ex-presidente, que estava em Orlando, na Flórida (sudeste dos EUA) no dia dos ataques às sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, começou a ser investigado pelos atos de vandalismo em 13 de janeiro por decisão de Moraes.

Ele foi incluído, a pedido da Procuradoria Geral da República, na investigação que busca determinar os instigadores e autores intelectuais dos ataques.

A PGR citou um vídeo que o ex-presidente publicou em suas redes sociais no dia 10 de janeiro, dois dias após os ataques, questionando os resultados das eleições de outubro passado, quando foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.

"A oitiva de Bolsonaro é indispensável ao completo esclarecimento dos fatos investigados", manifestou Moraes em sua decisão.

- Outras quatro investigações -

Em 8 de janeiro, milhares de seguidores de Bolsonaro, descontentes com a vitória de Lula nas eleições invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes.



Eles pediam uma intervenção militar para depor Lula, uma semana depois de sua posse.

Bolsonaro nega qualquer participação nos atos de vandalismo cometidos por seus apoiadores e que resultaram na prisão de mais de 1.800 pessoas.

O ex-presidente (2019-2022) retornou ao Brasil em 30 de março, após ter deixado o país na antevéspera da posse de Lula, em 1º de janeiro.

Em 5 de abril, teve que prestar depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, na investigação aberta pela entrada irregular de joias presenteadas pela Arábia Saudita em 2021.

O ex-presidente é alvo de outras quatro investigações no STF com penas que podem levá-lo à prisão, além de mais de uma dezena de processos administrativos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suposto abuso de poder político e econômico durante as eleições de 2022.

Ao deixar a Presidência e perder o foro privilegiado, dez pedidos de investigação recebidos pelo STF começaram a ser enviados a outras instâncias judiciais para análise.