Em novembro passado, o Conselho Permanente, órgão executivo da OEA, solicitou que uma empresa externa investigasse se Almagro havia violado o código de ética ao manter um relacionamento amoroso com uma funcionária. Realizada pela empresa Miller&Chevalier;, a investigação concluiu que Almagro, um advogado e diplomata uruguaio, "violou os regulamentos e regras da OEA referentes às disposições sobre o bom senso" e "as obrigações éticas adicionais para o secretário-geral".
Ao manter o relacionamento íntimo permitindo que a funcionária da OEA continuasse colaborando como parte integrante de sua equipe de assessores, Almagro violou suas obrigações éticas adicionais e desrespeitou o próprio espírito do "bom senso" requerido "de todos os funcionários e demais prestadores de serviço" da Secretaria-Geral, aponta o texto, de mais de 100 páginas.
O relatório, no entanto, afirma que Almagro não violou "as regras sobre supervisão de pessoal, aumentos salariais, intimidação, viagens ou conflito de interesses". O código de ética da organização data de 2012.
A auditoria recomendou à organização que revise suas normas, "de forma a evitar este tipo de situação no futuro".
Almagro sempre confirmou o relacionamento com a funcionária. "Ela foi minha companheira por, praticamente, três anos, em nível pessoal talvez os melhores da minha vida", disse em novembro passado, durante uma sessão do Conselho Permanente.
Naquele momento, Almagro encontrava-se sob pressão, uma vez que vários países, como México e Argentina, haviam pedido a sua renúncia, por outros motivos. Ele informou, então, que o relacionamento havia terminado meses antes.
A funcionária, uma analista política latino-americana cujo nome a Secretaria-Geral da OEA pediu expressamente que não fosse citado, começou a trabalhar na organização em 2012. Desde o último 1º de junho, "está de licença não remunerada por motivos acadêmicos".
Além deste caso, a Miller&Chevalier; deveria investigar uma denúncia anônima que, também em junho, apontou que Almagro poderia ter violado as normas da OEA por ter demitido uma funcionária chilena, ex-empregada doméstica da residência oficial da organização, que teria se queixado, segundo o denunciante, de ter sido "agredida verbal e fisicamente pela ex-mulher" do secretário-geral.
O relatório conclui que estas acusações "carecem de sustentação factual e probatória".
WASHINGTON