Jornal Estado de Minas

AHMEDABAD

Tribunal indiano absolve 68 pessoas por motins antimuçulmanos de 2002

A Justiça da Índia absolveu 68 pessoas, incluindo uma ex-ministra, pela morte de 11 muçulmanos em 2022, quando o chefe de governo era o atual primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, durante tumultos ocorridos em Guyarat.



A violência registrada neste estado do oeste da Índia causou pelo menos 1.000 mortos, a maioria muçulmanos. A morte de 59 peregrinos hindus no incêncio de um trem deu origem ao derramamento de sangue.

O primeiro-ministro Narendra Modi, nacionalista hindu, estava à frente do país e foi acusado de ter escondido a violência. Ele foi banido temporariamente dos Estados Unidos.

Modi foi liberado de todas as responsabilidades em 2012 e lidera o governo indiano desde 2014.

O julgamento terminou nesta quinta-feira (20) com a absolvição de uma ex-ministra do governo de Gujarat e de dois funcionários extremistas hindus. O processo concentrou-se na morte de 11 muçulmanos e durou 14 anos.

A ex-ministra Maya Kodnani havia sido condenada à prisão perpétua por outros atos violentos - nos quais 97 pessoas morreram - ocorridos durante os distúrbios, mas acabou sendo absolvida.

No total, 188 pessoas foram condenadas e 313 absolvidas.

Os réus e seus apoiadores entoaram cantigas hindus após o anúncio do veredicto, que os inocentou das acusações de homicídio, tentativa de homicídio e motim.

Trinta e três muçulmanos foram condenados por associação criminosa e assassinato pelo incêndio no trem que deu origem ao conflito.