Apesar de o ELN estar em negociações de paz com o governo colombiano desde novembro, os combates entre rebeldes e a força pública seguem.
A guerrilha, que no próximo ano completerá 60 anos de levante armado, se negou a fazer parte de uma trégua bilateral que o presidente propôs no ano passado.
"Nessa medida, há um enfrentamento militar que tem agora um novo ingrediente: as forças militares da Venezuela estão atuando aliadas com o governo colombiano, com seu exército, eliminando um espaço que antes o ELN tinha muito livre", disse o mandatário à revista Semana.
Próximo ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, Petro deu uma virada de chave na relação entre os dois países.
Seu antecessor, o direitista Iván Duque (2018-2022), havia rompido as relações diplomáticas com a Venezuela em 2019 para pressionar a saída de Maduro do poder e como apoio ao líder opositor Juan Guaidó.
Também denunciava constantemente que o ELN e outros guerrilheiros das FARC que se afastaram do acordo de paz de 2016 se refugiavam do outro lado da porosa fronteira de 2.200 quilômetros.
Petro, no poder desde agosto, retomou as relações e pede uma saída negociada para a crise política venezuelana. Na semana que vem, Bogotá será sede de uma conferência internacional que busca aliviar as tensões entre o chavismo e a oposição.
Segunda a inteligência da Colômbia e estudos independentes, os membros do ELN transitam com liberdade entre os países, especialmente nos departamentos colombianos do Norte de Santander e Arauca e os estados venezuelanos de Zulia e Táchira.
Na região, traficam cocaína e exploram minérios ilegalmente.
Após um ataque do ELN que deixou nove soldados colombianos mortos em 29 de março, Petro considera indispensável pactuar uma trégua com a guerrilha.
As negociações de paz começaram em Caracas, depois foram para a Cidade do México e foram reativadas em Havana no início de maio.