Em novembro, uma investigação da AFP revelou que a Síria possui uma indústria de captagon de US$ 10 bilhões de dólares (cerca de R$ 50 bilhões na cotação atual) que supera todas as outras exportações e financia Assad.
As sanções foram anunciadas aos primos do presidente sírio Samer Kamal al-Assad e Wassem Badi al-Assad. Um terceiro familiar do mandatário, Mudar Rifaat al-Assad, também foi colocado na mesma lista, embora nenhuma razão explícita tenha sido dada.
O captagon, uma mistura de anfetaminas com o alcaloide teofilina, se tornou rapidamente uma droga predominante em vários países.
"O comércio de anfetaminas se tornou um modelo de negócios liderado pelo regime , que enriquece o círculo interno de poder e proporciona rendas que contribuem à sua capacidade de manter suas políticas de repressão contra a população civil", disse a UE.
Samer Kamal al-Assad é o proprietário de uma fábrica na cidade costeira de Latakia que produziu 84 milhões de comprimidos de captagon em 2020, de acordo com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
Outras personalidades atingidas pelas sanções da UE incluem Nouh Zaitar, o chefe do tráfico de drogas mais famoso do Líbano, e Hassan Dekko, um libanês-sírio com conexões de alto nível em ambos países.
O bloco europeu também sancionou empresas de segurança privada por associação ao regime sírio na convocação de combatentes, e a empresa russa de engenharia e construção Stroytransga, pelo controle das maiores minas de fosfato da Síria.
A Arábia Saudita se tornou o maior mercado para o captagon, uma anfetamina derivada de um tratamento até então autorizado para a narcolepsia e o transtorno de déficit de atenção.
Esta droga barata atrai tanto pessoas das classes ricas do Estado petrolífero quanto trabalhadores pobres, em um país de ordem islâmica onde o álcool é tabu.