"Teríamos batido na proa se eu não tivesse desligado o motor", contou Rodel Hernandez, comandante do "BRP Malapuasca", uma embarcação da frota da Guarda Costeira filipina.
Durante seis dias, uma equipe da AFP integrou um grupo de veículos da imprensa convidados a bordo do "BRP Malabrigo", outro navio da frota filipina, para uma viagem de mais de 1.500 quilômetros perto de uma dezena de ilhas e recifes.
Durante a viagem, vários navios e a Guarda Costeira chinesa foram avistados, seguiram as embarcações e ordenaram que abandonassem estas águas.
O incidente, que o comandante Hernandez descreveu como um confronto de "Davi e Golias", ocorreu no domingo no Mar da China Meridional, uma área disputada quase totalmente reivindicada por Pequim.
O "Malabrigo" e o "Malapuasca" dirigiam-se para o recife Second Thomas Shoal, onde a Marinha filipina está estacionada com o objetivo de fazer valer as suas reivindicações territoriais.
O "Malapuasca", de 44 metros de comprimento, estava perto do recife quando de repente um navio da Guarda Costeira chinesa com o dobro do seu tamanho cortou seu caminho.
A distância entre o navio chinês e o filipino era de apenas 45 metros, disse o comandante Hernandez. Para o marinheiro, esta foi a primeira vez que se envolveu em uma cena deste tipo, em que uma colisão era quase iminente.
Sua velocidade de reação permitiu evitar uma tragédia, garantiu.
A equipe da AFP observou o desenvolvimento dos acontecimentos a bordo do "Malabrigo", a menos de um quilômetro de distância.
Segundo o comandante Hernandez, os navios chineses se cruzam regularmente, mas naquele domingo os navios estavam "mais perto" do que nunca de uma colisão.