A lei, aprovada com o apoio da esquerda e da direita, determina que "ficam proibidos os espetáculos ou atividades recreativas com o uso de pessoas portadoras de deficiência ou esta circunstância para provocar no público ridicularização, escárnio ou zombaria".
Imediatamente antes, o texto prevê que "as pessoas portadoras de deficiência participarão dos espetáculos públicos e atividades recreativas, englobando as touradas, sem discriminações nem exclusões".
Embora a medida tenha um caráter geral, afeta em particular os espetáculos cômicos de touradas com pessoas com nanismo, que, ainda que tenham perdido popularidade, persistem, em especial durante as festas de padroeiros.
Grupos como o "Diversões na arena e seus anões toureiros" consideram que a lei os priva de um meio de subsistência e defendem que sua atividade é como qualquer outra de tauromaquia.
"Somos toureiros, somos artistas, chega de proibições", publicou esta semana o grupo no Facebook, convocando protestos contra a lei.
O Comitê Espanhol de Representantes de Pessoas com Deficiência (Cermi), um dos promotores da proibição, já havia conseguido nos últimos meses o cancelamento de algumas festividades.
Quando uma delas foi suspensa, em janeiro, a Associação de Displasias Ósseas com Nanismo da Espanha (ADEE) descreveu essas apresentações, em um comunicado, como "vexatórias e decadentes, voltadas ao escárnio e zombaria".
"Este espetáculo cômico não é inócuo. Perpetua a imagem das pessoas com acondroplasia como seres jocosos e risíveis que só servem para isso", acrescentou.