Para o conjunto da União Europeia (UE) - que inclui os países do bloco que não utilizam a moeda comum -, a Eurostat calculou um crescimento de 0,3% na comparação com o trimestre anterior.
No quarto trimestre do ano passado, a economia da Eurozona registrou crescimento nulo (0,0%). O conjunto da UE teve retrocesso de 0,1% no período.
Para o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, esta é uma "notícia encorajadora, que mostra que a Europa segue exibindo sua resistência em um ambiente internacional complicado".
A Alemanha, maior economia da Eurozona, encerrou o primeiro trimestre com estagnação (0,0%). Nos últimos três meses de 2022, o país registrou um retrocesso de 0,5%.
Desta forma, a economia alemã, a 'locomotiva' da UE, escapa por um fio da recessão técnica.
Os resultados do primeiro trimestre para a economia germânica ficaram abaixo das expectativas dos analistas consultados pela empresa de dados financeiros FactSet, que projetavam um crescimento de 0,2%.
O desempenho dos países do bloco vai do crescimento de 1,6% em Portugal (quarto trimestre consecutivo de avanço) à queda expressiva de -2,7% da Irlanda, uma disparidade que chamou a atenção dos analistas.
A Espanha teve crescimento sólido 0,5% no trimestre, assim como a Itália, enquanto a França avançou 0,2%.
No caso espanhol, o resultado é 0,1 ponto percentual superior aos resultados do terceiro e quarto trimestres de 2022, ambos períodos com alta de 0,4%, de acordo com dados revisados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A Áustria registrou uma queda de 0,3% de janeiro a março.
A zona do euro reúne os 20 (de um total de 27) países da UE que adotam a moeda comum e têm o Banco Central Europeu como instituição responsável por sua política monetária.
A Croácia se tornou em 1º de janeiro de 2023 no 20º país a utilizar o euro. Por este motivo, a Eurostat divulgou estimativas considerando um bloco de 19 (para o quarto trimestre) e outro que incluiu a economia croata, mas os resultados foram os mesmos.
Em um relatório divulgado em fevereiro, a Comissão Europeia (o Executivo da UE) projetou um crescimento da Eurozona de 0,9% em 2023 - para conjunto do bloco a projeção é de 0,8%.
- Recessão evitada por pouco -
O analista Andrew Cunningham, da consultoria Capital Economics, destaca que o resultado anunciado pela Eurostat "significa que uma recessão técnica foi evitada por um fio. Porém, a economia essencialmente encontra-se estagnada"
Para Carsten Brzeski, analista em macroeconomia do banco ING, a economia da zona do euro cresceu apenas "marginalmente e continua à beira da estagnação".
Ele destacou que a "grande divergência entre os Estados-membros é melhor do que se temia, mas é claro que não há motivos para comemorar".
Brzeski apontara que a economia da Eurozona conseguiu evitar há alguns meses "o que parecia ser a recessão mais previsível de todos os tempos".
"Mas não há motivos para complacência. Em primeiro lugar porque o crescimento é tudo, menos homogêneo".
O economista Rory Fennessy, da Oxford Economics, não espera uma recuperação significativa do crescimento durante 2023.
Na opinião de Fennessy "é provável que o início sólido de 2023 para a indústria seja breve, enquanto a inflação elevada e as condições financeiras mais rígidas devem limitar o crescimento este ano".