Estas novas reservas, que garantem aos indígenas o uso exclusivo dos recursos naturais preservando sua forma de vida tradicional, são consideradas pelos cientistas como uma das principais barreiras contra o desmatamento da Amazônia, cujo controle é um dos objetivos prioritários do governo.
"É um processo um pouco demorado, tem que passar por muitas mãos, mas vamos trabalhar muito para que possa fazer a demarcação do maior numero possível de Terras Indígenas", disse o presidente.
"Se a gente quer chegar a 2030 com desmatamento zero, a gente vai precisar do máximo de terras demarcadas", acrescentou o mandatário.
Lula fez o anúncio em ocasião do encerramento da 19ª edição do acampamento "Terra Livre", um encontro anual que reuniu milhares de indígenas de todo o país em Brasília nessa semana.
Nenhuma nova terra indígena foi demarcada durante o mandato de Jair Bolsonaro (2019-2022), que havia prometido, antes de chegar ao poder, "não ceder nenhum centímetro" aos povos originários.
Duas das seis novas reservas aprovadas estão localizadas na Amazônia, incluindo a maior, denominada Unieuxi, destinada a 249 indígenas dos povos maku e tukano, em mais de 550.000 hectares no Amazonas.
Outras duas reservas estão localizadas no nordeste do país, uma no sul e outra no centro-oeste.
"Quando dizem que vocês ocupam 14% do território, e acham que é muito, precisam saber que, antes dos portugueses, vocês ocupavam 100% desse território", completou Lula.
Segundo o último censo, de 2010, no Brasil vivem aproximadamente 800.000 indígenas, a maioria em reservas, que ocupam 13,75% do território.