Jornal Estado de Minas

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Espanha e Portugal batem recordes absolutos de calor em abril

A península ibérica registrou temperaturas recorde em abril entre quinta e sexta-feira (28) com os termômetros batendo 40ºC em Espanha e Portugal, em uma onda de calor incomumente precoce que aumentou o risco de incêndios.



Na quinta-feira, a Espanha peninsular registrou recorde de temperatura para um mês de abril, com 38,8 graus Celsius em Córdoba (sul), segundo dados provisórios publicados nesta sexta pela agência estatal de meteorologia (Aemet).

O registro, feito na estação meteorológica do aeroporto desta cidade andaluz, "seria o recorde de temperatura em abril na Espanha peninsular", informou o Aemet no Twitter.

O recorde anterior para a Espanha continental foi registrado em 2011, quando os termômetros marcaram 38,6 graus Celsius em Elche (leste).

Este dado provisório ainda deve ser "confirmado", o que poderia levar vários dias, informou a entidade à AFP.

Este número, no entanto, não seria um recorde absoluto para toda a Espanha, pois "a máxima histórica foi registrada em 2013 nas Canárias", arquipélago situado em frente à costa do noroeste da África, especificou o Aemet. O recorde foi de 40,2 ºC.

O vizinho Portugal também registrou na quinta sua temperatura mais alta em um dia de abril em pelo menos 78 anos, com 36,9 ºC em Mora, no centro do país, segundo o instituto meteorológico nacional.



- Seca catastrófica -

Espanha e Portugal vivem uma onda de calor excepcionalmente precoce, provocada por uma massa de ar quente vinda do norte da África.

Nesta sexta, o calor persistia e a temperatura chegou aos 37,8 ºC em Granada, Andaluzia, segundo dados da Aemet.

Isso levou o governo espanhol a antecipar, do começo de junho para agora, a campanha estatal contra os incêndios florestais, anunciou o Ministério do Interior nesta sexta-feira.

Devido às mudanças climáticas, os episódios de temperaturas excepcionalmente altas se multiplicaram nos últimos anos na Espanha, país europeu com quase 75% de seu território sob risco de desertificação, segundo a ONU.

O país viveu em 2022 o ano mais quente de sua história, no qual encadearam-se várias ondas de valor a partir de maio, segundo o Aemet.

Segundo um estudo da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), publicado na terça-feira, os dias do ano com temperaturas de verão na Espanha passaram de 90 a 145 entre 1971 e 2022.

Além do calor, a Espanha, que exporta grande parte de sua produção agrícola ao restante da Europa, enfrenta uma seca catastrófica que preocupa agricultores e autoridades.

Segundo o Coag, o principal sindicato dos agricultores, 60% das terras agrícolas espanholas estão atualmente "asfixiadas" pela falta de chuvas.