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Estado de Minas WASHINGTON

Biden e presidente filipino discutem influência da China na Ásia


01/05/2023 21:59

A resposta à expansão agressiva de Pequim nas rotas comerciais e ilhas estratégicas no Mar da China Meridional foram os temas de destaque das conversas na Casa Branca entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo filipino, Ferdinand Marcos, nesta segunda-feira (1º).

Marcos está em uma viagem oficial de quatro dias, logo após a visita do presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, a Washington na semana passada e a reunião em janeiro na Casa Branca entre Biden e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

Ao cumprimentar Marcos no Salão Oval, Biden destacou o compromisso "de ferro" dos Estados Unidos na defesa das Filipinas.

Marcos mencionou "tempos difíceis" e garantiu que as Filipinas estão em uma região com "possivelmente a situação geopolítica mais complicada do mundo hoje".

"Portanto, é natural que os filipinos procurem seu único aliado por tratado no mundo para fortalecer e redefinir o relacionamento que temos e os papéis que desempenhamos ao lidar com as crescentes tensões que vemos ao redor do Mar da China Meridional e na Ásia-Pacífico", disse.

A visita de Marcos foi a primeira "deste nível e intensidade" entre os dois países em décadas, disse um alto funcionário a repórteres sob condição de anonimato.

"Nossos compromissos com a segurança das Filipinas são inabaláveis", insistiu o funcionário.

- "Amigo de todos, inimigo de ninguém" -

Segundo ele, as Filipinas, que assinaram em 1951 um tratado de defesa mútua com os Estados Unidos, querem garantias após "uma série de provocações chinesas".

Em 23 de abril, um navio chinês e um filipino estiveram a ponto de colidir a cerca de 200 km da ilha de Palawan (Filipinas).

Este incidente, presenciado por uma equipe da AFP, é o último de uma longa lista de incidentes entre os dois países, que disputam a soberania sobre as ilhas do Mar da China Meridional.

Após ser eleito para o cargo, o presidente filipino disse que era partidário de uma relação equilibrada com Washington e Pequim, para onde viajou em janeiro, eu prometeu que seu país seria "amigo de todos e inimigo de ninguém".

"Não permitiremos que as Filipinas sejam utilizadas como base para nenhuma ação militar", afirmou no domingo no avião que o levava a Washington.

Mas os Estados Unidos esperam que o aumento das tensões no Mar da China Meridional contribua para que se posicione a seu lado.

- Modernização militar -

A visita a Washington é a ocasião, segundo o funcionário, para anunciar regras "de defesa bilateral" no mar, ar e ciberespaço.

Os Estados Unidos também querem apoiar a "modernização" das forças armadas filipinas com aviões e navios de guerra.

A relação entre Filipinas e Washington se desgastou durante o mandato do anterior presidente filipino, Rodrigo Duterte (2016-2022), partidário de uma aproximação com a China.

O atual governo americano tenta melhorá-la, como parte de sua política concentrada em fortalecer as alianças na região Ásia-Pacífico.

Estados Unidos e Filipinas já realizaram seus maiores exercícios militares conjuntos no Mar da China Meridional.

Manila permitirá que os Estados Unidos utilizem quatro bases militares adicionais, incluídas instalações navais próximas a Taiwan, uma ilha que a China considera parte de seu território.

Os Estados Unidos estão "muito gratos" pelo acesso a essas bases e elas sempre serão usadas "em total coordenação" com as autoridades filipinas, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, nesta segunda-feira, em uma tentativa de tranquilizar Manila.

Biden e Marcos também falarão sobre economia.

Washington aproveitará para desenvolver as relações econômicas com as Filipinas, cujo principal aliado comercial é a China. Se concentrará em energias renováveis, inovação tecnológica, metais estratégicos e segurança alimentar, segundo o funcionário americano.

Joe Biden já havia se reunido em setembro com o presidente filipino, filho do ditador Ferdinand Marcos (1965-1986), considerado por Washington como um aliado durante a Guerra Fria.


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