O índice de preços ao consumidor foi de 6,9% em março.
O retorno da tendência de alta pode pressionar o Banco Central Europeu (BCE) a elevar as taxas de juros na reunião programada para quinta-feira.
A inflação na zona do euro atingiu em outubro do ano passado o máximo histórico de 10,6%, após um período de um ano e meio de altas interruptas.
De acordo com os números da Eurostat, o desempenho da inflação em abril foi puxado pelo setor de alimentos (que é medido em conjunto com tabaco e bebidas alcoólicas), que registrou forte alta, de 13,6%, no período (contra 15,5% em março).
O setor de energia encerrou março em queda de 0,9%, mas em abril registrou alta de 2,5%.
Entre as principais economias da zona do euro, a Alemanha registrou em abril inflação de 7,6% em abril (contra 7,8% em março). A França teve o resultado de 6,9% (6,7% no mês anterior).
A Espanha registrou nível de 3,8% em abril, após 3,1% em março.
A Letônia foi o país com a maior inflação em abril no bloco, a 15,0%, enquanto Luxemburgo teve o menor índice (2,7%).
A Eurozona é o bloco dos países da União Europeia (UE) que utilizam a moeda comum e com a política monetária administrada pelo BCE.
A Croácia se tornou em 1º de janeiro o 20º país a adotar a moeda comum.
O resultado divulgado pela Eurostat surpreendeu os analistas do mercado. Economistas entrevistados pela FactSet e a Bloomberg projetavam uma inflação de 6,9% em abril.
Os dados podem ter um impacto direto na ação do BCE sobre as taxas de juros.
O BCE eleva gradualmente as taxas desde julho, com o objetivo de controlar a inflação.
Carsten Brzeski, analista do banco iNG, destacou que, embora o índice de inflação tenha registrado leve alta, o núcleo ou inflação subjacente registrou leve queda, de 5,7% em março para 5,6% em abril.
"Trata-se de um convite claro para o BCE continuar elevando as taxas de juros", acrescentou.
"Durante o último ano, a inflação na zona do euro, que começou como um problema do lado da oferta, se transformou em um problema do lado da demanda. Este é um convite claro para que o BCE continue elevando as taxas de juros", indicou.
Para Andrew Cunnningham, da consultoria Capital Economics, o BCE poderia tentar criar uma ação de impacto com uma "surpresa agressiva ao optar por um aumento de 0,50% e não de 0,25%".
BRUXELAS