"Tomamos a difícil decisão de parar com toda a assistência alimentar da USAID à região do Tigré até novo aviso", disse a administradora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento e Assistência Humanitária (USAID), Samantha Power, em um comunicado.
Isso ocorre porque parte dessa ajuda foi "desviada e vendida no mercado local", acrescentou. Os EUA são o maior contribuinte humanitário da Etiópia.
As autoridades etíopes manifestaram que estão dispostas a identificar e punir os responsáveis pelos desvios, apontou.
A suspensão da ajuda exclui os suplementos nutricionais, a distribuição de água potável e o apoio às atividades agrícolas na região.
A medida da USAID ocorre seis meses depois da assinatura, em 2 de novembro, de um "acordo de cessação de hostilidades" entre o governo federal etíope e a Frente Popular de Libertação do Tigré (TPFL) que pôs fim a dois anos de guerra.
Na terça, os EUA saudaram em um comunicado para a imprensa o "progresso significativo" conseguido na implementação desse acordo.
Durante o conflito, os seis milhões de habitantes do Tigré foram privados de toda a assistência.
As ajudas humanitárias já chegam à região, mas seguem sendo insuficientes, porque 90% da população dependem delas, indicou a agência humanitária da ONU (Ocha), no início de abril.