Jornal Estado de Minas

MÉXICO

Presidentes do México e dos EUA dialogarão sobre crise migratória

Os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador, e dos EUA, Joe Biden, conversarão por videochamada sobre a crise migratória nesta terça-feira (9), anunciou o governante mexicano, em meio ao temor de que milhares de pessoas cruzem a fronteira devido a mudanças na legislação.



A reunião vai ocorrer a partir das 15h30 GMT (12h30 no horário de Brasília), disse López Obrador em sua coletiva de imprensa diária nesta segunda. "Vou ter uma ligação, uma videoconferência com o presidente Biden amanhã. Os temas: imigração, fentanil e cooperação para o desenvolvimento", detalhou.

O encontro ocorre enquanto os Estados Unidos se preparam para suspender, na próxima quinta, o chamado Título 42, uma norma adotada durante a pandemia de covid-19 que permite expulsar automaticamente imigrantes sem documentação.

Autoridades dos dois países temem um aumento do fluxo de migrantes em direção à fronteira, atraídos pela falsa promessa dos traficantes de pessoas de que, uma vez que expire a medida, poderão ir para os Estados Unidos sem serem expulsos.

Washington enfatizou que, mesmo sem o Título 42, as passagens fronteiriças seguirão fechadas para a imigração irregular e que a única maneira de entrar legalmente no território americano é mediante a solicitação de vistos.

"Não se deixem enganar, não se deixem extorquir por 'coiotes', por 'polleros' que os põem em risco (...). Não precisam fazer a travessia pelo México", apontou López Obrador nesta segunda, ao recordar os programas implementados pelos Estados Unidos para acessar os vistos, trâmite que deve ser realizado no país de origem.

Explicou que esse processo pode levar "algum tempo", mas "é mais seguro". Seu governo também tem insistido para a Casa Branca agilizar esse mecanismo. Assegurou que os migrantes que já estão no México serão "protegidos".

Enquanto isso, os Estados Unidos anunciaram que 1.500 soldados reforçarão a fronteira com o México, de 2.300 quilômetros e protegida por 2.500 militares.

Desde 1º de outubro, as autoridades americanas contabilizaram 1,2 milhão de encontros entre agentes fronteiriços e migrantes em seus limites com o México.