"É com enorme tristeza e pesar que eu anuncio o falecimento do meu marido", escreveu Greenwald no Twitter. Miranda morreu na véspera de seu aniversário de 38 anos.
"Seu falecimento nesta manhã vem depois de uma luta de 9 meses no CTI. David passou em paz, cercado de nossos filhos, familiares e amigos", acrescentou Greenwald, de 56 anos, que vive no Brasil com os dois filhos do casal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descreveu Miranda como "jovem de trajetória extraordinária que partiu cedo demais", em mensagem nas redes sociais.
Miranda, que cresceu na favela de Jacarezinho, no Rio de Janeiro, trabalhou com Greenwald na publicação das revelações de Snowden em 2013, que expuseram amplos programas de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA. Miranda foi brevemente detido em Londres por seu papel no caso.
De volta ao Rio, liderou um movimento para conceder asilo no Brasil a Snowden, que acabou fugindo para a Rússia.
Miranda foi o primeiro vereador abertamente gay eleito para a Câmara Municipal do Rio em 2016 e depois se elegeu deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro em 2019.
Ele foi hospitalizado em agosto do ano passado. Os médicos diagnosticaram uma série de infecções que, por fim, causaram uma falência múltipla dos órgãos.
Greenwald, cofundador do site de jornalismo investigativo The Intercept, de onde saiu em 2020, provocou a ira do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 2019, o site publicou conversas vazadas do então ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro, sugerindo que ele havia conspirado para prender Lula e afastá-lo da corrida presidencial de 2018.