"Ele vai à Assembleia Nacional para defender sua posição e demonstrar a verdade", disse o ministro ao canal Ecuavisa, um dia depois de o Parlamento ter decidido - por 88 votos - levar adiante o processo de destituição contra ele.
Esta é a segunda tentativa, em menos de um ano, de removê-lo do cargo.
Em um Legislativo unicameral de uma maioria opositora pulverizada, é necessário o apoio de 92 do total de 137 membros para destituir o presidente. Este último tem, por sua vez, o poder de dissolver o Congresso e convocar eleições gerais antecipadas.
Um ex-banqueiro de direita que registra uma alta impopularidade, Lasso é acusado de suspeita de peculato, no âmbito de um contrato para o transporte de petróleo assinado antes de assumir o cargo, há dois anos.
O ministro Cucalón reforçou a posição de Lasso, afirmando que "o presidente da República não cometeu peculato algum".
"Até agora não existe qualquer prova. Não conseguiram provar, porque não existe", insistiu.
A Assembleia deve marcar, antes da próxima semana, a data do julgamento, que será realizado mesmo à revelia. Neste domingo (14), a Casa elege seu novo presidente e dois deputados para completar o atual mandato constitucional de quatro anos.
"Este processo nasceu, se desenvolveu e vai acabar sem prova alguma, sem qualquer argumento e com muitos vícios", completou o ministro.
A oposição liderada pelo movimento de esquerda Revolución Ciudadana - ligado ao ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), hoje instalado na Bélgica - acusa Lasso de peculato na gestão da estatal Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec), mediante contratos celebrados entre 2018 e 2020.
O presidente é acusado de não ter determinado, em seu mandato, o encerramento de um contrato entre a Flopec e o grupo internacional Amazonas Tanker, que inclui companhias russas, apesar de lesar os interesses estatais, provocando perdas de mais de 6 milhões de dólares à empresa equatoriana.
O correísmo é a principal força política no Congresso, com cerca de 50 cadeiras, enquanto o partido governista Criando Oportunidades (CREO) tem cerca de uma dezena.
QUITO