Jornal Estado de Minas

MÉXICO

México pede para EUA resolver conflitos com Cuba e Venezuela para frear migração

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, pediu aos Estados Unidos, nesta quinta-feira (11), para resolver seus conflitos com a Venezuela e Cuba para conter a chegada acelerada de migrantes destes dois países.



López Obrador fez este pedido dois dias depois de uma videochamada com seu contraparte americano, Joe Biden, para tratar do fluxo sem precedentes de migrantes na fronteira entre o México e os Estados Unidos.

Washington "deve buscar ajustes na Venezuela, em Cuba, em todos os países. Como será possível manter a harmonia, a paz, a tranquilidade, se têm diferenças, se há confronto?", perguntou o presidente mexicano, referindo-se ao enfrentamento diplomático que a Casa Branca mantém com os governos de Caracas e Havana.

Os Estados Unidos impõem desde 1962 um embargo contra Cuba, mergulhada em sua pior crise econômica em três décadas, com escassez de comida, medicamentos e combustível, e aplica duras sanções contra a Venezuela. Washington alega que os dois países são governados por ditaduras.

A crise migratória abre um novo capítulo com o fim, à meia-noite desta quinta, do Título 42, norma adotada pelos dois últimos governos americanos para evitar a propagação da covid-19, mas que na prática serviu para expulsar para o México quase todos os migrantes que chegavam ao país sem documentos.



O presidente mexicano disse ter reiterado a Biden a necessidade de atender as causas da migração na América Latina e no Caribe, onde disse que "há muita pobreza, muito abandono".

A maioria dos migrantes que cruzava o México até dois anos atrás era de centro-americanos, mas tem aumentado o fluxo de venezuelanos devido à profunda crise econômica e política que atinge seu país.

López Obrador disse, ainda, que seu governo colabora com os Estados Unidos "para que não haja caos e muito menos violência na fronteira" com a expiração do Título 42. Com o fim desta medida, entrará em vigor o Título 8, que prevê deportações e a recusa de asilo aos infratores, que serão impedidos de entrar no país por cinco anos e poderão ser submetidos a processos criminais.