Foram 399 votos a favor e 100 contra a medida, que também recebeu amplo apoio no Senado na semana passada. Apenas os ecologistas e a esquerda radical se opuseram.
A ministra da Transição Energética, Agnès Pannier-Runacher, comemorou a adoção da lei, que, junto com outra sobre energia renovável, permitirá que a França seja, segundo ela, "a primeira grande nação a abandonar as energias fósseis".
A nova lei simplifica os procedimentos para concretizar a ambição do presidente francês de construir seis novos reatores EPR até 2035 e estudar a construção de outros oito, que se somariam aos 56 atuais.
O texto suprime a meta de reduzir para 50% a participação da energia nuclear na matriz elétrica francesa até 2035, assim como o limite de 63,2 gigawatts de capacidade total de produção nuclear autorizada.
A energia nuclear é crucial na França para a produção de eletricidade. Em 2022, representou 62,7% do total, contra 69% em 2021 e mais de 70% anos atrás, de acordo com a RTE, operadora da rede de transmissão de eletricidade.
Embora a tendência na Europa desde o acidente nuclear de Fukushima em 2011 tenha sido reduzir o peso do setor nuclear e até mesmo fechar usinas, a invasão russa da Ucrânia mudou o cenário, e Macron anunciou em fevereiro de 2022 o seu "renascimento".
Nesta terça, a França reuniu em Paris representantes de 15 países europeus favoráveis a essa forma de energia para estabelecer um roteiro para o seu desenvolvimento, inclusive porque a consideram fundamental para alcançar a neutralidade de carbono nos próximos 30 anos.
Alemanha e França estão em desacordo na União Europeia sobre o papel da energia nuclear como uma forma de combater as mudanças climáticas, no âmbito da futura reforma do mercado europeu de eletricidade.
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PARIS
Parlamento francês aprova lei para relançar energia nuclear
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