A moeda americana, impulsionada por grupos financeiros, foi cotada a 488 pesos por dólar (+1,04%) no mercado paralelo, e a 442 pesos (+1,09%) na Bolsa de Comércio para operações com títulos soberanos.
O Banco Central elevou a taxa de juros de 91% para 97% com o propósito de melhorar os rendimentos dos depósitos bancários e evitar a aquisição de moeda americana.
As autoridades adotaram essa medida em reação a uma inflação que chegou a 8,4% em abril, em estimativa mensal, 32% neste ano de 2023 e a mais de 108% em 12 meses. O contexto é de forte pressão sobre o dólar, considerado um ativo de segurança no país.
O aumento do "dólar Blue" tem reflexos imediatos nos preços da economia, em particular nos alimentos, que cresceram em média 10% em abril.
O governo está adotando algumas medidas que jamais foram anunciadas de forma oficial. Uma delas, que havia sido repercutida pela imprensa local e foi aplicada nesta terça, é a redução da taxa de juros sobre as compras parceladas e financiadas pelo Estado.
Fontes oficiais citadas pela imprensa local assinalaram que essa medida baixou a taxa em nove pontos, de 82,45% a 72,75%, para incentivar o consumo, meta prioritária do governo em um ano de eleições presidenciais e para a renovação do Congresso, que acontecem em outubro.
Candidato potencial a presidente pela situação peronista, o ministro da Economia, Sergio Massa, segue sem aparecer publicamente nos últimos dias, nem nas entrevistas coletivas ou nos meios de comunicação para anunciar as medidas.
Um dado negativo para o governo foi a divulgação de que, em abril, a cesta básica aumentou 7,3% em um mês, para 203.000 pesos (pouco mais de 4.000 reais, na cotação atual), segundo o instituto oficial de estatística, em um país onde a pobreza atinge 40% da população.
Já o câmbio oficial subiu 0,21% nesta terça, para 240 pesos por dólar. O governo aplica um mecanismo conhecido como 'crawling peg', um regime de flutuação cambial que permite minidesvalorizações diárias.
BUENOS AIRES