No final de abril, o presidente Gabriel Boric (esquerda) anunciou um Plano Estratégico de Exploração de Lítio, que confere ao Estado um papel majoritário na cadeia de exploração desse mineral do qual o Chile é o segundo maior produtor mundial. O país passará a ter uma Empresa Nacional de Lítio, cuja criação deve ser aprovada pelo Congresso.
Enquanto isso, as duas filiais da Codelco permitirão ao Estado se incorporar no desenvolvimento dessa indústria "fundamental para vincular o progresso do Chile à transição para uma economia verde a nível global", esclareceu, em um comunicado, Máximo Pacheco, presidente da Codelco.
A primeira filial é a "Minera Tarar SpA", que se centrará exclusivamente na operação no Salar do Atacama, único lugar de onde se extrai lítio no Chile atualmente. A operação é realizada pela empresa chinesa SQM e a americana Albemarle, com a qual a nova filial poderá estabelecer uma parceria.
Também será criada a "Salares de Chile SpA", que potencializará as atividades da Codelco com o lítio a nível nacional.
"Em nosso país, temos 25% das reservas mundiais de cobre e 40% das de lítio, o que nos coloca em uma posição privilegiada", acrescentou Pacheco.
A AFP pediu mais detalhes sobre essas empresas à Coldeco, mas não obteve resposta.
Desde 1977, a legislação chilena reservou para o Estado o direito de extração de alguns minerais e, em 1979, o lítio já era considerado um metal de valor estratégico.
No ano passado, as exportações de carbonato de lítio cresceram mais de seis vezes, passando de 1,23 bilhão de dólares em 2021 (R$ 6,62 bilhões, na cotação da época) para 8,93 bilhões de dólares em 2022 (R$ 46,07 bilhões, na cotação da época), segundo dados do Banco Central do Chile.