"Devido a um estado febril, o papa Francisco não recebeu audiência nesta manhã", disse o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, sem especificar qual era a agenda do pontífice argentino.
"O papa estava cansado, ontem teve um dia muito agitado, viu muita gente, realizou a reunião do sistema escolar Scholas Occurrentes e queria cumprimentar todos. A resistência enfraquece em algum momento", explicou o cardeal Pietro Parolin, número dois da Santa Sé, citado pela agência italiana Agi.
Este cancelamento das atividades ocorre dois meses depois de Francisco ter ficado três dias internado em Roma, devido a uma pneumonia que conseguiu superar com um tratamento à base de antibióticos.
O pontífice confidenciou na quinta-feira à televisão de língua espanhola Telemundo que a pneumonia foi "tratada a tempo", mas que em mais algumas horas o quadro "teria sido mais grave".
Ele também disse que se sente "muito melhor" da dor no joelho que o obriga a se mover em uma cadeira de rodas ou com uma bengala.
"Já posso andar, o joelho foi corrigido. Tem dias que dói mais, como hoje, e dias que não. Mas faz parte do desenvolvimento", completou.
Voltando da Hungria no final de abril, Francisco expressou sua vontade de continuar viajando. Ele planeja participar das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) em Lisboa, de 2 a 6 de agosto, e viajar para a cidade francesa de Marselha em setembro. Depois, uma viagem à Mongólia.
O estado de saúde de Jorge Bergoglio, eleito líder da Igreja Católica em 2013, alimenta regularmente as especulações sobre sua eventual renúncia.
- Saúde frágil -
Apesar da idade avançada, Francisco mantém um ritmo apertado de reuniões e recebe em média até dez pessoas por dia.
O líder da Igreja Católica planeja presidir a missa de Pentecostes e a oração do Regina Coeli no Vaticano no domingo.
Francisco dedica as horas da manhã às audiências que concede no Vaticano a representantes de associações, grupos religiosos e chefes de Estado; à tarde, ele trabalha em seus documentos ou tem reuniões privadas.
Francisco mencionou em várias ocasiões a possibilidade de renunciar ao cargo, assim como fez em 2013 seu antecessor Bento XVI, que faleceu em dezembro de 2022. Ele afirmou que o tema não é um tabu, mas destacou que, no momento, descarta a medida.
Em julho de 2021, Francisco permaneceu internado por 10 dias para uma cirurgia no cólon, que o deixou, segundo o pontífice, com "sequelas". Por este motivo, Francisco descarta uma nova cirurgia no joelho, por orientação médica.
Em janeiro, ele revelou que sofre de diverticulite, uma inflamação dos divertículos, hérnias ou bolsas que se formam nas paredes do aparelho digestivo.
O papa é monitorado por uma equipe de enfermeiros, no Vaticano e durante suas viagens, uma medida necessária devido ao histórico médico. Aos 21 anos, ele sofreu uma pleurisia aguda, que foi tratada com a ablação parcial do pulmão direito.