Aqui estão cinco momentos importantes na vida desse diplomata tão aclamado quanto criticado, conselheiro de Segurança Nacional e secretário de Estado dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford entre 1969 e 1977.
- Degelo com a China -
Kissinger viajou secretamente para Pequim em julho de 1971 para estabelecer relações com a China comunista, abrindo caminho para a histórica visita do presidente Nixon à capital chinesa em 1972.
Esse gesto de aproximação pôs fim ao isolamento do gigante asiático e contribuiu para a ascensão de Pequim, especialmente no âmbito econômico, no cenário internacional.
- Vietnã e Nobel -
Kissinger conduziu, em segredo e paralelamente aos bombardeios de Hanói, negociações com o revolucionário Le Duc Tho para encerrar a guerra no Vietnã.
Foi recompensado com o Nobel da Paz pela assinatura de um cessar-fogo em 1973 com os norte-vietnamitas, embora eles tenham rejeitado o acordo, alegando que a trégua negociada não era respeitada.
Kissinger não teve coragem de viajar a Oslo, na Noruega, para receber o prêmio por medo de manifestações, e foi substituído pelo embaixador americano.
- Apoio a ditaduras -
Os críticos de Kissinger denunciam seu apoio a golpes de Estado na América Latina em nome da luta contra o comunismo, em especial no caso do Chile.
No país sul-americano, os Estados Unidos ajudaram a levar ao poder o ditador Augusto Pinochet após o suicídio do presidente Salvador Allende, em 1973.
- Invasões -
A defesa dos interesses gerais dos Estados Unidos várias vezes levou Kissinger a apoiar, de forma mais ou menos tácita, várias invasões. Ele apoiou, por exemplo, a invasão de Timor Leste pelo presidente indonésio Suharto, que resultou em 200 mil mortos em 1975.
Isso também ocorreu quando a Turquia se apropriou de um terço do território do Chipre em 1974, bem como durante as operações de desestabilização em meio à guerra civil em Angola.
- Oriente Médio -
Kissinger dedicou grande parte de seu tempo ao Oriente Médio, onde organizou uma ponte aérea massiva, a Operação Nickel Grass, para fornecer armas a seu aliado Israel após o ataque surpresa de países árabes durante o feriado judaico de Yom Kippur em 1973.
Mais tarde, inaugurou a "diplomacia itinerante" ao negociar com Israel, Síria e Egito, que se tornaria um aliado-chave após se afastar da esfera de influência de Moscou.