"Entramos em alerta porque é preciso evitar que a situação de crise" por falta de alimentos vivenciada pelos moradores "passe para a fome por causa da seca e das mudanças climáticas", disse à AFP o diretor hondurenho do Plano Trifinio, Jorge Aguilar.
Este plano foi criado em 1997 no âmbito do Sistema de Integração Centro-Americano (SICA) para desenvolver essa região de 7.584 km² que tem mais de um milhão de habitantes entre os três países, com 62% das famílias em situação de pobreza.
Em entrevista coletiva, a secretária-executiva trinacional do Plano Trifinio, a hondurenha Liseth Hernández, disse que "cerca de 140.000 pessoas vivenciam crises alimentares em diferentes fases", sobretudo na Guatemala e em Honduras, uma situação que "não deve passar para a fome".
Ela explicou que a seca impede as colheitas que são feitas em maio e as que começam em outubro, quando os habitantes locais começam a ficar sem reservas de alimentos.
"Não temos dados que indiquem que estejamos em fase [...] de fome, que alguém tenha morrido porque deixou de comer, não temos essa informação e esperamos não ter", comentou Hernández.
Ela também lamentou que os fenômenos climáticos recorrentes reduziram as áreas de plantio na região, o que piorou a produção de alimentos, junto com o encarecimento dos insumos.
Em resposta, para ajudar a população, Hernández disse que as autoridades dos três países vão se esforçar para "produzir alimentos em tempo curto", como "hortas familiares e comunitárias", "sistemas de irrigação em diferentes modalidades", "captadores de água", "cultivos adaptáveis à seca" e "viveiros comunitários".
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