Os filmes apresentados em categorias paralelas tiveram prêmios menores, representando um possível surgimento de uma nova geração mais engajada em questões como dos povos indígenas ou da sexualidade feminina.
Todos os anos, o júri da Fipresci seleciona um filme presente nas grandes seções do festival: a competição oficial, o 'Un Certain Regard', a Semana da Crítica e a Quinzena dos Cineastas.
O filme chileno "Los colonos", de Felipe Gálvez, sobre os massacres de indígenas na Terra do Fogo - e o filme brasileiro "Levante", de Lillah Halla, sobre o aborto, receberam o prêmio da crítica internacional nas respectivas categorias: Un Certain Regard e Semana da Crítica.
A obra brasileira "Crowra", de João Salaviza e Renée Nader Messora, também foi premiada na seção Un Certain Regard por seu elenco que evoca a vida do povo kraho, do Cerrado.
A maioria dos filmes latino-americanos teve um longo espaço de tempo entre a idealização do projeto e sua produção. Cerca de nove anos no caso de "Los colonos".
"Levante", a brasileira Lillah Halla precisou de sete anos. A covid-19 também foi um obstáculo para produção, assim como em tantos outros projetos.
"A verdade é que o tempo tem mais a ver com buscar financiamento do que com qualquer outra coisa. Fazer cinema no Chile é muito difícil. Recebemos muito pouco apoio, muito pouco dinheiro", disse à AFP Felipe Gálvez, que rodava um longa-metragem pela primeira vez.
Ainouz, por sua vez, reconhece que "Firebrand" é uma produção luxuosa - com Alicia Vikander e Jude Law - e foi uma encomenda, após ficar sem seu projeto próprio no Brasil, em 2020.
"Fazer um filme em inglês também é entrar no mundo do cinema comercial", constatou à AFP.
A Espanha foi convidada de honra no mercado cinematográfico paralelo ao festival, com um número recorde de inscrições e dezenas de atos oficiais.
Pedro Almodóvar também apresentou seu aguardado curta-metragem "Strange way of life", um faroeste LGBT que foi bem-recebido.
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