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Estado de Minas IMIGRAÇÃO

França propõe lei de imigração visando mão de obra qualificada

Projeto de lei busca atrair profissionais estrangeiros e regularizar imigrantes, enquanto outros países europeus enfrentam desafios semelhantes.


29/05/2023 11:49 - atualizado 29/05/2023 19:48
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O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, expressou o objetivo da proposta como 'ser mau com os maus e bom com os bons'. (foto: Freepix)
Até julho, o governo francês planeja apresentar ao Parlamento um projeto de lei de imigração com foco em atrair mão de obra qualificada e combater a imigração ilegal. Enquanto isso, países como Dinamarca e Reino Unido também enfrentam dilemas relacionados à imigração e à escassez de trabalhadores qualificados.

O presidente francês, Emmanuel Macron, tem como novo desafio a aprovação dessa Lei de Imigração após a reforma previdenciária. A proposta, cujos objetivos são 'controlar a imigração' e 'melhorar a integração', tem gerado opiniões divergentes desde que foi apresentada ao Conselho de Ministros em fevereiro. A previsão é que a votação ocorra até o final do ano.

Para obter apoio da esquerda e da direita, o governo francês dividiu o projeto em duas vertentes principais: a criação de um documento de residência para estrangeiros que atuem em áreas com escassez significativa de mão de obra, como construção e saúde, e a facilitação das expulsões de imigrantes ilegais.

O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, expressou o objetivo da proposta como 'ser mau com os maus e bom com os bons'. Porém, as negociações podem ser complicadas para conquistar votos da direita, pois o principal partido, Os Republicanos (LR), é contrário às regularizações e exige a criação de cotas para limitar o número de imigrantes.

Uma proposta do LR na Assembleia Nacional sugere que apenas imigrantes que ganhem mais de dois salários mínimos mensais, equivalente a 2.700 euros (14.400 reais) líquidos, possam obter o documento de residência. O salário médio na França é de 1.700 euros (9.100 reais).

Trabalhadores estrangeiros geralmente recebem menos que os franceses. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho aponta que eles ganham, em média, 9% menos que os trabalhadores não migrantes.

A Dinamarca, por exemplo, impõe várias barreiras ao emprego de trabalhadores não europeus, o que resultou em um déficit de 40.000 assistentes sociais e profissionais da saúde até 2029, segundo sindicatos do setor público. Diante disso, o Parlamento dinamarquês adotou emendas à lei para facilitar a contratação de trabalhadores de países não membros da União Europeia.

O Reino Unido enfrenta problemas semelhantes, com medidas anti-imigração dificultando a contratação de mão de obra qualificada. Atualmente, o governo britânico discute um projeto de lei contra a imigração ilegal que visa impedir que migrantes que chegam pelo Canal da Mancha solicitem asilo.

Apesar do Brexit, a imigração no Reino Unido praticamente dobrou, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas britânico (ONS). Desde 2021, o governo introduziu um sistema de vistos para controlar o número de chegadas, priorizando pessoas qualificadas e com altos salários. Ainda assim, os vistos de trabalho e de estudante concedidos a não europeus e suas famílias atingiram níveis recordes, principalmente para indianos e chineses.


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