O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, advertiu nesta quarta-feira, 31 de maio, que o país pode caminhar em direção à extrema-direita, assim como ocorreu nos Estados Unidos e no Brasil. Ele fez um apelo aos espanhóis por um 'apoio maciço e retumbante pelos próximos quatro anos' durante as eleições parlamentares marcadas para 23 de julho.
Sánchez, líder do partido socialista, convocou a eleição antecipada após sua coalizão governista de esquerda sofrer derrotas significativas nas eleições regionais realizadas no último domingo. As últimas pesquisas de opinião mostram o Partido Popular (PP), de orientação conservadora, liderando as intenções de voto, mas sem garantir a maioria absoluta no parlamento. Isso indicaria a necessidade de negociar uma coalizão com o partido Vox, conhecido por suas posições anti-imigração e anti-aborto.
No primeiro pronunciamento público depois do anúncio das eleições, o premiê Sánchez alertou que votar no PP poderia levar ao poder um partido alinhado às visões dos ex-presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro. Ambos foram sucedidos por Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente, após um único mandato. 'A Espanha não está imune a essa tendência reacionária, mas podemos contê-la, por nossos filhos e filhas', afirmou Sánchez ao dirigir-se aos parlamentares socialistas.
Enquanto isso, o líder do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo, declarou nesta quarta-feira que buscará a maioria absoluta no parlamento e evitou responder a perguntas sobre possíveis acordos com o Vox. Em um evento em Barcelona, Feijóo também afirmou que, caso seu partido vença as eleições em julho, irá focar na redução da dívida pública e prometeu diminuir as contas de energia elétrica para consumidores e algumas empresas.